"Existem muitos precedentes quando declarações públicas [o Irã admitiu ter derrubado a aeronave acidentalmente] não são confirmadas depois. Nós queremos uma admissão de culpa do Irã formalizada publicamente", disse nesta sexta-feira (17) o chanceler ucraniano, Vadim Pristaiko, em sessão no Parlamento do país.
O ministro das Relações Exteriores afirmou ainda que as autoridades iranianas vão disponibilizar as gravações do voo para a Ucrânia, após uma equipe de investigadores internacional ter acesso ao material.
Na noite de ontem, o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, conversou por telefone com Pristaiko e garantiu que especialistas ucranianos participarão da decifração das caixas-pretas do Boeing 737 da companhia ucraniana.
O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, por sua vez, vem exigindo que o Irã se responsabilize por todas as consequências da queda, incluindo desculpas oficiais, investigação transparente e punição dos culpados.
Chanceler pede entrega imediata de dados do voo
No Parlamento, o ministro ucraniano exigiu a entrega imediata dos dados do voo para permitir uma investigação independente sobre o desastre.
Em 8 de janeiro, o Exército iraniano bombardeou com mísseis duas bases usadas por militares norte-americanos no Iraque, em represália pela morte do general Qassem Soleimani, comandante da Força Quds, do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica.
O comandante foi assassinado em 3 de janeiro em um ataque aéreo dos EUA nas proximidades do aeroporto de Bagdá.
Horas depois do bombardeio contra as bases, a defesa antiaérea do Irã derrubou um Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines, que tinha acabado de decolar, com 176 pessoas a bordo, do aeroporto de Teerã com destino a Kiev.
Em 11 de janeiro, o Irã admitiu que o avião tinha sido derrubado por erro humano, após um operador achar que a aeronave era um alvo inimigo que tinha se aproximado demais de uma instalação militar.