Os funcionários da União Europeia não vão proibir a Huawei na Europa, disse na terça-feira (28) um alto funcionário em Bruxelas.
A Comissão Europeia vai revelar todas as suas recomendações na quarta-feira (29), após comentários do comissário Thierry Breton de que Bruxelas escolheria restrições mais rígidas em vez de uma proibição geral.
Ele afirmou que "não é uma questão de discriminação, é uma questão de estabelecimento de regras. Serão rígidas, exigentes e, claro, acolheremos na Europa todos os operadores que estiverem dispostos a aplicá-las", segundo informou a AFP.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o Conselho de Segurança Nacional britânico, onde Boris Johnson presidiu as conversações sobre a concessão de um papel ao gigante chinês da tecnologia nas redes 5G do Reino Unido, determinou na terça-feira (28) que o Reino Unido permitirá que Huawei projete partes "não essenciais" da rede 5G do país. A gigante tecnológica chinesa será limitada a 35% do mercado, e não poderá operar em "locais sensíveis", tais como instalações nucleares ou militares.
O premiê britânico declarou que "não há razão para não termos progresso tecnológico aqui no Reino Unido, permitir que consumidores, empresas no Reino Unido tenham acesso a tecnologias fantásticas, comunicações fantásticas, mas também proteger os nossos interesses de segurança e proteger as nossas principais parcerias com outras potências de segurança em todo o mundo".
Altos responsáveis britânicos admitiram que a Huawei é um "fornecedor de alto risco", mas afirmaram que caso contrário o país sofreria com um atraso de dois a três anos na implementação da nova rede de tecnologia, e maiores custos para os consumidores, o que limitaria o crescimento econômico.
Huawei mundo afora
A notícia chega em meio a Washington continuar pressionando os países-membros da UE a não permitir que a Huawei construa suas redes 5G, citando "preocupações de segurança nacional". O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, assim como numerosos funcionários norte-americanos, advertiu Londres sobre permitir que a empresa tecnológica chinesa aceda à infraestrutura de TI britânica na segunda-feira (27), afirmando que apenas nações "soberanas" protegem os seus dados. Tanto Huawei como Pequim rejeitaram repetida e firmemente as acusações da administração de Trump, considerando-as falsas.
O premiê Boris Johnson disse na segunda-feira (27) que o Reino Unido poderia encontrar um equilíbrio entre o uso das novas tecnologias de Huawei e a proteção das preocupações de segurança do país.