De acordo com o pesquisador chinês Liu Yun, o motivo pelo qual a estratégia chinesa na África é um sucesso reside em uma melhor compreensão das necessidades do continente africano.
Na última semana, o Quênia celebrou mil dias da inauguração da linha de trem conectando Mombaça, Nairóbi e Naivasha, parte da Iniciativa do Cinturão e Rota de Pequim. No entanto, os projetos de infraestrutura como esse enfrentam críticas no Ocidente, devido ao fato de serem liderados pela China, que continua a ganhar terreno na África.
'Armadilha da dívida' ou passo para a industrialização?
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, rejeitou repetidamente afirmações de que o projeto ferroviário em seu país não é rentável. Wu Peng, embaixador da China em Nairóbi, salientou em outubro de 2019 que a linha ferroviária já começou a impulsionar o turismo, investimentos e comunicações do país, segundo a agência Reuters.
Lin Yun, pesquisador na Universidade Normal de Zhejiang, comentou que as alegações quanto à "armadilha da dívida" não têm fundamentos: "Os investimentos da China em projetos ferroviários africanos não significam somente a concessão de empréstimos, mas trabalhar conjuntamente com base em benefícios mútuos e ganhos comuns", agregou Yun.
"Além disso, a construção de linhas ferroviárias está alinhada com a estratégia de uma industrialização moderna na África", afirma o pesquisador. "Seja no Quênia ou em outros países africanos, os investimentos da China na construção de ferrovias são realizados de acordo com as necessidades dos países africanos e os interesses do desenvolvimento de suas economias nacionais".
Para Yun, os investimentos liderados pela China são populares no continente africano. Países que ainda não os receberam "possivelmente se sentem em desvantagem".