Embora não se ouça muito falar sobre as relações entre ambos os países, o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, declarou no comitê de relações públicas americano-israelenses, ocorrido no último dia 1° em Washington, que planeja comprar armamentos de Israel.
A medida seria contraposta ao movimento de boicote ao Estado judeu promovido por forças ocidentais.
"Ninguém ouviu falar sobre o movimento de boicote na Sérvia", publicou o portal The Jerusalem Post, citando as palavras de Vucic.
Além disso, Vucic também disse que seu país abrirá uma representação diplomática e uma câmara comercial em Jerusalém. É válido ressaltar que Israel busca reconhecimento internacional da cidade como sua capital.
Por que comprar armamentos?
Comentando o caso em entrevista para a Sputnik Sérvia, o especialista militar Aleksandar Radic disse que a compra de material de defesa seria mais do que um objetivo estratégico militar, mas uma maneira de fortalecer as relações com nações estrangeiras.
Neste caminho, a Sérvia tem realizado diversas compras de equipamentos militares de diferentes países.
"Nós compramos armamentos belgas, fuzis e metralhadoras, assinamos um acordo com a China de compra de drones e a transferência de tecnologias para a produção sérvia de aeronaves não tripuladas. Com os franceses existe um acordo de cooperação no setor de modernização dos sistemas de defesa sérvios. Foram comprados [na França] mísseis antiaéreos [Mistral]," declarou o especialista.
Dinheiro de sobra
Para a aquisição de equipamentos israelenses, a Sérvia não deverá economizar dinheiro.
Segundo Radic, o país deverá investir € 530 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões) do orçamento estatal na modernização e aquisição de aparato militar pelos próximos três anos.
"Isso é muito dinheiro para a Sérvia, comparando com os recursos que outros países da região gastam [com defesa]," afirmou.
O que a Sérvia deve comprar?
Apesar dos inúmeros artigos de defesa de Israel disponíveis no mercado internacional, Radic aposta que seu país ambiciona os mísseis antitanque Spike.
Trata-se de um armamento muito usado por diversos países, e cobiçado por outros.
"Ele [o Spike] é eficiente [...] pode se imaginar que ele talvez seja instalado no Lazar-3 [veículo blindado de produção sérvia]", afirmou.
Além disso, Radic acredita que Israel também poderá fornecer à Sérvia equipamentos de inteligência eletrônica e contra ação eletrônica, os quais gozam de "bons comentários".
Também drones israelenses poderiam ser comprados, mas não com prioridade.
"Tradicionalmente são bem vendidos os drones israelenses, mas no momento atual está ativo um acordo com os chineses, e espera-se a chegada dos aparelhos [da China]. Sendo assim, os drones [de Israel] não são prioridade, enquanto o único usado pela Sérvia é o drone europeu Orbiter-2", disse.
Igualmente, acordos de modernização para a defesa sérvia também poderiam ser fechados com o país do Oriente Médio.