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Paralisação de fábricas de veículos: 'Não existia outra alternativa', diz especialista

© Folhapress / Rodrigo PaivaMáquinas na linha de produção da fábrica de veículos da Ford em São Bernardo do Campo (SP)
Máquinas na linha de produção da fábrica de veículos da Ford em São Bernardo do Campo (SP) - Sputnik Brasil
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Não havia outra alternativa a não ser a paralisação da produção das fábricas de veículos no Brasil, segundo disse à Sputnik Brasil especialista no setor automotivo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo.

Das 65 unidades de produção de veículos no país, mais de 30 já anunciaram a suspensão de suas atividades devido à pandemia do novo coronavírus – e a tendência é que esse número aumente com paralisações programadas para os próximos dias.

Na segunda-feira (23), Hyundai, Nissan e Jaguar Land Rover anunciaram a interrupção de suas fábricas. A medida já tinha sido tomada pela líder em vendas de carros, a General Motors (GM), dona da Chevrolet, e por Volkswagen, Ford, Caoa Chery, Mercedes-Benz e Volvo Caminhões.

"A paralisação da produção de todas as marcas no Brasil é uma adequação a uma nova realidade que se faz presente no país, fruto do coronavírus na sociedade. Não existia outra alternativa que não fosse a paralisação de todas as unidades", disse o engenheiro Antônio Jorge Martins, coordenador do curso de MBA em Gestão Estratégica de Empresas da Cadeia Automotiva da FGV. 

'Preocupação com a saúde dos funcionários'

Segundo o especialista, a medida foi adotada por uma "conjugação de fatores", que envolvem as questões sanitária e econômica.

Por um lado, "tem a preocupação com a saúde dos funcionários e colaboradores, da própria diretoria, dos executivos envolvidos em todas as instalações industriais", afirmou Martins.

Por outro, o professor da FGV aponta que a produção precisa ser racionalizada pois as vendas diminuíram.

"Na medida em que o próprio governo brasileiro e a Organização Mundial da Saúde orientam os países a incentivar a população a ficar em casa, de uma forma geral se reduz todos os movimentos existentes para se adquirir veículos novos e até mesmo usados", ponderou.

'Ociosidade nas fábricas'

Para Martins, o confinamento "faz com que haja uma ociosidade muito grandes nas fábricas, concessionárias e empresas reparadoras de veículos". Por isso, "como não existe a menor possibilidade de aquisição de veículos", o ideal é "guardar as horas existentes para um futuro momento, onde possa se esperar um reaquecimento das vendas".

Em relação à desvalorização do real, que pode encarecer os veículos, o especialista disse que existiria maneira de contornar o problema incentivando as vendas para o mercado externo. No entanto, com a crise global, a demanda está afetada de forma global. 

"A única forma que as empresas têm de fazer frente aos prejuízos decorrente da politica de desvalorização, quando os custos ficam maiores, é otimizar esforços a favor das exportações de veículos", argumentou.  

Bolsonaro defende fim do confinamento

Embora governos estaduais, prefeituras, profissionais da área médica e o Ministério da Saúde tenham reforçado pedidos de quarentena, inclusive com medidas restritivas à circulação e ao comércio, o presidente Jair Bolsonaro defendeu em pronunciamento feito na terça-feira (24) o fim do confinamento para estimular a economia.

Na manhã desta quarta-feira (25), ele reiterou que a população deve retornar para suas atividades normais, argumentando que apenas idosos e pessoas com problemas de saúde devem se isolar.

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