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China aponta 'racismo' de Weintraub e critica declarações 'desprezíveis' no Twitter

© AP Photo / Eraldo PeresO presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Educação Abraham Weintraub
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Educação Abraham Weintraub - Sputnik Brasil
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A Embaixada da China no Brasil divulgou um comunicado no início da madrugada desta segunda-feira no qual criticou duramente o ministro da Educação do Brasil, Abraham Weintraub, que ridicularizou o sotaque de asiáticos e fez acusações contra Pequim.

Em uma postagem no Twitter no último sábado, Weintraub usou o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para fazer chacota da China. Seguindo a linha do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, ele fez acusações e não apresentou provas.

"Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu o ministro, trocando a letra "r" por "l", assim como na criação de Mauricio de Sousa.

A postagem vinha acompanhada da capa de um gibi cuja história se passava na China. Diante da repercussão, ela acabou apagada por Weintraub, que não voltou a falar sobre o assunto no domingo.

Entretanto, a Embaixada da China no Brasil se pronunciou no início desta segunda-feira e não poupou críticas ao ministro da Educação. A representação de Pequim em solo brasileiro acusou Weintraub de fazer "declarações difamatórias contra a China em redes sociais, estigmatizando a China ao associar a origem da COVID-19 ao país".

"Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil. O lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude", diz o comunicado.

A diplomacia chinesa ainda alertou sobre a necessidade de colaboração entre todos os países no combate ao novo coronavírus, e instou expressamente que "alguns indivíduos do Brasil corrijam imediatamente os seus erros cometidos e parem com acusações infundadas contra a China".

Esse foi o segundo ataque de uma pessoa ligada ao presidente Bolsonaro à China, principal parceiro comercial do Brasil e que está em estágio mais adiantado nos estudos acerca da COVID-19. No dia 18 de março, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, criticou Eduardo Bolsonaro depois dele comparar a pandemia do coronavírus ao acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

O episódio gerou uma crise diplomática entre os dois países, e o filho do presidente pediu desculpas parcialmente, sem retirar a acusação de que a China seria a culpada pela COVID-19. Jair Bolsonaro chegou a ligar para o líder chinês Xi Jinping para desfazer o caso.

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