Sob quarentena desde o dia 24 de março, o estado estenderá o regime de isolamento social até o dia 22 de abril. A medida foi anunciada em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Críticas a Bolsonaro
O governador João Doria ressaltou que a medida da quarentena é defendida por cientistas e chefes de Estado no mundo inteiro. Em seguida, questionou opiniões contrárias às medidas restritivas.
"Será que todos eles estão errados? Será que a ciência está errada? Será que a Organização Mundial da Saúde está errada?", afirmou.
O governador ressaltou ainda que os ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, da Justiça, Sergio Moro, da Economia, Paulo Guedes, e o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, apoiam o isolamento social. Logo após, Doria citou o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e indagou:
"Será que um único presidente da Republica no mundo é o certo?".
Bolsonaro tem sido o principal crítico, no Brasil, às medidas de isolamento social, apontando os efeitos negativos da quarentena sobre a economia. Devido a isso, o presidente os governadores que impuseram as medidas de restrição entraram em conflito. Doria tem sido um dos principais alvos das críticas do presidente brasileiro.
O governador também afirmou que a Polícia Militar irá atuar na dissipação de quaisquer aglomerações de pessoas no estado, apontando que o desrespeito à quarentena "não será admitido".
Apelo aos empresários: 'não demitam'
Durante a coletiva, o governador paulista ainda fez um apelo aos empresários de médio e grande porte para que não demitam seus funcionários durante o enfrentamento à pandemia.
"Por favor façam todo o possível para não demitir. Não demitam seus funcionários", disse o governador.
Doria pediu aos empresários que "exerçam sua responsabilidade social" e cobrou atitude humanitária dos gestores.
"Mais do que nunca seus funcionários e colaboradores esperam isso de vocês", acrescentou.
O governador também citou nominalmente diversas empresas que se comprometeram a não demitir funcionários ao longo da crise e que têm feito doações para combater os efeitos sobre a economia.
São Paulo é o estado mais atingido do país pela pandemia. Segundo a mais recente atualização, o estado de São Paulo registra hoje 275 mortes e 4.630 infectados pela COVID-19.