Apesar de ser parecido com outros vírus, o SARS-CoV-2 apresenta diferenças genéticas que desempenham um papel significativo na facilidade na hora de infectar alguém, explica Benjamin Neuman, professor de biologia da Universidade do Texas A&M, em artigo publicado no portal The Conversation.
O SARS-CoV-2 tem um conjunto totalmente diferente de genes chamados acessórios, que oferecem diversas vantagens ao novo coronavírus.
Processo de infecção
O coronavírus se propaga quando uma partícula viral com uma única cadeia larga de material genético é inserida em uma célula humana e logo esse material genético instrui a célula para que produza aproximadamente trinta partes diferentes do vírus, permitindo sua reprodução.
O SARS-CoV-2 infecta as células que possuem uma proteína chamada ACE2, responsável pela regulação da pressão arterial, e se adere como uma porta para infectar mais células.
Esta é a razão pela qual o coronavírus pode ter consequências mais graves em pessoas que sofrem de pressão arterial alta.
A maior parte do dano do novo coronavírus é causada pelo próprio sistema imunológico ao se defender para deter a propagação do vírus, segundo Neuman.
"Milhões de células do sistema imunológico invadem o tecido pulmonar infectado e causam grandes quantidades de danos neste processo de limpeza do vírus e das células infectadas", detalha o professor.
Enquanto os pulmões são reparados, a principal tarefa dos médicos é apoiar o corpo do paciente e manter o sangue oxigenado.
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— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) April 5, 2020
Ao mesmo tempo, o biólogo afirma que "o SARS-CoV-2 é mais grave que a gripe, em parte devido ao fato de ter mais formas de evitar que as células solicitem ajuda ao sistema imunitário".
Ou seja, o coronavírus é capaz de bloquear a produção de interferon, que é a proteína de sinalização de alarme, em combinação com uma camuflagem. Desta forma, a doença "pode atuar durante um mês, causando pouco dano diário, enquanto a maioria das pessoas supera um caso de gripe em menos de uma semana".