"Em março, vimos um impressionante volume de importação. De acordo com os dados da alfândega chinesa, entre os três tipos de carne bovina, suína e avícola, foram compradas 920.000 toneladas e 233.000 de carne bovina. Se contarmos o primeiro trimestre, foram 530.000 toneladas de carne bovina de janeiro a março, aproximadamente 65% mais do que o importado no mesmo trimestre de 2019", afirmou à Sputnik a analista María Julia Aiassa do Mercado Ganadero S.A., da cidade de Rosário, Argentina.
A paralisação das importações chinesas de carne ocorreu no final de 2019, antes da chegada do coronavírus, por outras razões, como o corte do pré-financiamento para os importadores devido a um suposto aumento de preços no mercado local.
Os altos números de março se referem aos embarques que estavam encalhados em contêineres dos portos chineses.
O acréscimo nas importações chinesas também foi observado no Uruguai, tendo um aumento de 7.000 toneladas entre fevereiro e março deste ano. Já o Brasil exportou aproximadamente 30.000 toneladas por mês durante o primeiro bimestre e 50.000 toneladas em março para a China.
Na Argentina, os embarques registrados em março estão estimados em 90.000 toneladas contra 45.000 toneladas em janeiro e 28.000 toneladas em fevereiro.
"As cidades chinesas começaram a reabrir, 95% dos McDonald's foram abertos, mais de dois milhões de restaurantes abriram no último mês e a atividade foi normalizada", afirmou a analista.
A China é o segundo maior mercado de carne bovina do mundo, só perdendo para os EUA, e o que mais cresce, graças ao aumento da renda, que elevou as importações em ao menos 20% ao ano nos últimos cinco anos.
Atualmente, a Argentina é o quarto maior exportador de carne, enquanto o Brasil segue sendo o maior exportador de carne bovina do mundo.