ONU: mundo está à beira da 'pandemia de fome' e necessita de ações urgentes

© REUTERS / Khaled AbdullahPacientes com coronavírus em leitos de emergência de um hospital em Sanaa, Iêmen, 29 de março de 2020
Pacientes com coronavírus em leitos de emergência de um hospital em Sanaa, Iêmen, 29 de março de 2020 - Sputnik Brasil
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O mundo não está enfrentando apenas "uma pandemia de saúde global, mas também uma catástrofe humanitária global", declarou o chefe da agência de ajuda alimentar da ONU ao Conselho de Segurança.

O diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, David Beasley, estima em 135 milhões o número de pessoas que passam fome atualmente, com mais 130 milhões à beira da fome por causa do coronavírus, totalizando 265 milhões de pessoas, muito mais do que a população do Brasil que corresponde a um pouco mais de 211 milhões.

"Se não nos prepararmos e agirmos agora para garantir o acesso, evitar falhas de financiamento e interrupções no comércio, poderíamos vir a enfrentar múltiplas fomes de proporções bíblicas dentro de poucos meses", previu.

"Ao mesmo tempo em que lidamos com a pandemia da COVID-19, também estamos à beira de uma pandemia de fome", enfatizou Beasley ao Conselho de Segurança em videoconferência.

​Chefe do PMA adverte sobre pandemia de fome à medida que a COVID-19 se espalha. Leia o comunicado completo. A verdade é que não temos tempo do nosso lado, então vamos agir com sabedoria, e vamos agir rápido. É fundamental que nos juntemos como uma comunidade global unida para derrotar esta doença

Segundo um novo relatório sobre a crise alimentar mundial, os mais vulneráveis são as pessoas de 10 países afetados por conflitos, crises econômicas e mudanças climáticas, incluindo Iêmen, República Democrática do Congo, Afeganistão, Sul do Sudão, Síria e Haiti.

Beasley alertou que, para milhões de civis em nações em conflito, que estão à beira da fome, "a fome é uma possibilidade muito real e perigosa".

"Se não conseguirmos alcançar essas pessoas com a assistência que elas precisam, nossa análise mostra que 300.000 pessoas podem morrer de fome todos os dias durante um período de três meses […] Isto não inclui o aumento da fome devido à COVID-19", explicou.

O chefe do PMA enfatizou que o tempo está contra nós, e que "devemos agir com sabedoria e rapidez".

"Acredito que com nossa experiência e nossas parcerias, podemos reunir as equipes e programas necessários para garantir que a pandemia da COVID-19 não se transforme em uma crise humana e alimentar catastrófica", destacou.

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