Os líderes da Câmara dos Deputados do MDB, Baleia Rossi (SP), e do DEM, Efraim Filho (PB), afirmaram que seus partidos deixaram o chamado Centrão, um grupo composto por nove formações políticas e o principal apoio do governo na Câmara Baixa do Congresso Nacional.
Os partidos do Centrão têm 221 cadeiras das 513 na Câmara dos Deputados. Entre o DEM e o MDB, existem 63 deputados. A sucessão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no início de 2021, é intuída como o motivo do rompimento.
O líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), manifestou por semanas sua vontade de presidir a Câmara dos Deputados, algo que o DEM e o MDB não gostaram. Lira também é visto como uma "líder informal" do governo na Câmara.
Desde a semana passada, outros partidos do Centrão, como o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Liberal (PSL), também estão estudando sua saída do grupo.
A perda dos 63 deputados do DEM e do MDB, este o partido do ex-presidente Michel Temer, é um duro golpe para o governo Bolsonaro, que vê sua base principal no Congresso enfraquecida, essencial não só para poder aprovar os projetos que o Executivo está interessado, como a Reforma Tributária, mas também para barrar um processo de impeachment contra o presidente da República, caso aceito na Câmara.