O presidente russo Vladimir Putin não apresentou quaisquer iniciativas relacionadas à adesão ao G7, e o país não pretende ser membro do grupo, disse na segunda-feira (27) o porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, comentando a nova declaração de Heiko Maas, ministro alemão das Relações Exteriores, contra a reincorporação da Rússia no grupo.
"O presidente Putin nunca apresentou nenhuma iniciativa, nenhum discurso ou tomou qualquer outra medida para retomar a participação da Rússia no trabalho do G7", disse Peskov a jornalistas.
"A Rússia não procura aderir ao G7, além disso, temos dito repetidamente que estamos altamente satisfeitos com a eficiência do formato do G20, que, atende melhor à realidade econômica moderna, levando em consideração os centros globais do desenvolvimento econômico", explicou.
O porta-voz de Vladimir Putin expressou a crença de que o G7, composto por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA, poderia discutir questões econômicas, mas dificilmente poderia aspirar à liderança global.
Dmitry Medvedev, o presidente adjunto do Conselho da Federação da Rússia, e ex-presidente do país, também desvalorizou a cúpula.
"O valor do G7 hoje em dia é altamente questionável contra o pano de fundo do G20 e outros formatos internacionais", escreveu Medvedev na rede social VK. "A Rússia não precisa retornar a formatos desatualizados para discutir questões internacionais."
História da cúpula
Anteriormente, Trump afirmou que os EUA adiaram a reunião do G7, originalmente prevista para junho, até setembro, e revelou querer convidar os líderes da Rússia, Índia, Austrália e Coreia do Sul para refrescar "este grupo de países muito ultrapassado". O presidente dos EUA disse não sentir que o G7 "representa adequadamente o que está acontecendo no mundo".
A Rússia se juntou ao G7 em 1998, que assim se tornou o G8 até 2014, quando outros países-membros se reuniram em Bruxelas em vez de Sochi devido a desacordos com Moscou sobre a crise ucraniana e a reunificação da Crimeia.