Um grupo de oficiais das Forças Armadas do Mali organizou um motim nesta terça-feira (18), capturando o presidente do país, Ibrahim Boubacar Keita, e o primeiro-ministro Soumeylou Boubeye Maiga, afirmando ter assumido o controle da capital Bamaco.
Ibrahim Boubacar Keita declarou posteriormente que estava renunciando e dissolvendo o parlamento depois de ser detido pelas unidades rebeldes das Forças Armadas.
"Não quero que sangue seja derramado para me manter no poder", disse ele em pronunciamento.
"Gostaria, neste preciso momento, de agradecer ao povo do Mali pelo seu apoio ao longo destes longos anos e pelo calor do seu carinho, comunicar-lhe a minha decisão de renunciar às minhas funções", declarou.
Anteriormente, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) havia suspendido Mali de seus órgãos de decisão e todos os fluxos financeiros com o país e pediu sanções contra "golpistas e seus parceiros e colaboradores".
A renúncia do presidente acontece em meio à crise política em curso no país, com apoiadores da oposição tomando as ruas para exigir a renúncia de Keita.
A oposição acusa Keita de não conseguir lidar com a corrupção e restaurar a segurança no país em meio à escalada da violência jihadista, além de criticar as polêmicas eleições legislativas realizadas no final de março, que teriam sido acompanhadas por sequestros e ameaças de morte contra observadores e autoridades locais.