Na sexta-feira (21), o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se reuniu com o chanceler paquistanês, Shah Mahmood Qureshi, para uma segunda rodada do Diálogo Estratégico dos Ministros das Relações Exteriores de China e Paquistão na província chinesa de Hainan.
Após a reunião, os lados emitiram uma declaração conjunta que mencionou que o lado paquistanês informou o lado chinês sobre os recentes acontecimentos na Caxemira e que a China se opõe a "qualquer ação unilateral que complique a situação" na região.
O porta-voz da chancelaria indiana criticou o teor da declaração e pediu que não haja interferência na questão, apontada como um assunto interno da Índia.
"Como no passado, rejeitamos categoricamente a referência ao Território da União de Jammu e Caxemira no Comunicado de Imprensa Conjunto da 2ª Rodada do Diálogo Estratégico dos Ministros das Relações Exteriores entre China e Paquistão. O Território da União de Jammu e Caxemira é um território integral e inalienável da Índia e esperamos que as partes envolvidas não interfiram em assuntos que são assuntos internos da Índia", disse Srivastava por meio de comunicado publicado neste sábado (22).
O porta-voz também disse que a Índia expressou repetidamente suas preocupações com o Corredor Econômico China-Paquistão. A iniciativa com investimento de US$ 62 bilhões (cerca de R$ 348 bilhões) faz parte do projeto chinês da Nova Rota da Seda e visa construir projetos de infraestrutura em territórios do Paquistão reivindicados pela Índia.
A Índia e o Paquistão protagonizam uma disputa histórica sobre os territórios da Caxemira e Jammu, com ocorrências e conflitos armados recorrentes na região que divide as duas potências nucleares. Recentemente, tensões militares também eclodiram entre Índia e China devido a uma disputa territorial, resultando em confrontos e mortos.