Após reunião entre membros do grupo de articulação política do governo, do Palácio do Planalto e do Ministério da Economia, uma coletiva de imprensa foi montada, mas nem todas as autoridades tiveram direito à fala.
Assim que o líder do governo na Câmara e deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) concluiu seu discurso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu dar umas palavras sobre "tributos alternativos para desonerar a folha".
Em frente aos microfones, Paulo Guedes conseguiu dizer:
"As prioridades são emprego, renda e retomada do crescimento [econômico] dentro do nosso programa de responsabilidade fiscal. Queremos exonerar, ajudar a criar emprego e facilitar a criação de empregos. Então, vamos fazer um programa de substituição tributária. Queremos criar renda? Sim. Vimos a importância e descobrimos 38 milhões de brasileiros, que eram os invisíveis, que devemos ajudá-los a ser reincorporados no mercado de trabalho. Então temos que desonerar a folha, por isso que precisamos de tributos alternativos para desonerar a folha e ajudar a criar emprego. E renda é a mesma coisa, pois nós vimos a importância do auxílio emergencial, que ajudou a manter o Brasil respirando e atravessando essa onda da crise. Então, nós temos que fazer uma aterrissagem suave do programa de auxílio emergencial."
Confira o discurso de Guedes.
Para intervir no ministério da Economia basta um general e um deputado do centrão. Paulo Guedes virou uma marionete nas mãos de Bolsonaro, Ramos e Ricardo Barros.
— Fábio Felix 🏳️🌈 (@fabiofelixdf) September 24, 2020
Dois anos de governo e o posto Ipiranga está num barco furado e sem rumo, afundando a economia brasileira junto. pic.twitter.com/mO2RPlRF3S
Com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, trocando olhares durante a fala do ministro da Economia, Guedes saiu "tutelado" pelos dois e dizendo: "Agora tem articulação política."
A interrupção do discurso de Guedes está chamando atenção de muitos, que não param de comentar o acontecido no Twitter.
O escritor Eduardo Moreira detalha "o plano".
Só para lembrarmos qual o plano. Guedes destrói a economia, vende tudo a preço de banana para os amigos, é “demitido”, vai embora do país com informações privilegiadas para assumir uma posição bem remunerada em algum banco, e nós pagamos a conta. Parlamentares aplaudem o plano 👏🏻
— Eduardo Moreira (@eduardomoreira) September 23, 2020
"Ordens" estão sendo dadas pelo "articulador" do governo na Câmara, Ricardo Barros.
Pesquisem quem é o "articulador" do governo na Câmara, Ricardo Barros. Agora entendam o quão absurda é a cena desse senhor dando ordens ao ministro Paulo Guedes.
— Fernanda Salles (@reportersalles) September 24, 2020
Blogueiro bolsonarista Allan do Santos em dois prints.
23:59
— Iuri K. (@cinefilo_K) September 24, 2020
“Allan dos Santos pede INTERVENÇÃO MILITAR”
00:00
Allan dos Santos está com medo dos militares assumirem o poder depois da CENSURA ao Paulo Guedes pic.twitter.com/HBvjPXyhQc
Há diferença entre governo e quartel?
Paulo Guedes visivelmente incomodado com o que Luiz Ramos fez. Desnecessário e desrespeitoso, Ramos ainda pensa que está em um quartel?
— Diego Garcia⚡🇧🇷 (@dimacgarcia) September 24, 2020
Guedes: a pedra no sapato.
A verdade é que o Guedes virou uma pedra do sapato dos planos do governo populista de Bolsonaro, comandado pelo Centrão e por militares que não veem problema em sentar-se para negociar com réus por corrupção e em se aliar a uma família que adora dinheiro vivo.
— Diego Amorim (@Diego1Amorim) September 24, 2020
"Uma pessoa com caráter pediria demissão hoje mesmo."
Paulo Guedes arrancado pelo braço de coletiva pelo general e pelo líder do governo na Câmara, no momento q falava de novos impostos.
— O Pato Impatriótico primo da Ema Bicadora (@CorporacaoPato) September 23, 2020
Uma pessoa c caráter pediria demissão hoje mesmo.
Paulo Guedes não sabe o q é caráter, ele só sabe o q é fraude financeira.
"Guedes" está no topo dos assuntos mais comentados desta quinta-feira (24) no Twitter, com mais de 40 mil tweets.