Militares de Nagorno-Karabakh abateram um helicóptero do Azerbaijão na quinta-feira (1º), tendo o veículo caído no território do Irã, disse a assessoria de imprensa do Ministério da Defesa da república não reconhecida em uma declaração no Facebook.
"Em 1º de outubro, unidades do Exército de Defesa [de Nagorno-Karabakh] na seção sul da linha de contato [entre a Armênia e o Azerbaijão], perto do monte Varazatumb [Lele Tepe] abateram um helicóptero militar inimigo, que caiu no território do Irã", diz o comunicado.
O ministério declarou que a queda do aparelho no Irã não foi intencional, e que tais casos são inevitáveis, pois as operações de combate são conduzidas perto das fronteiras iranianas.
No domingo (27), militares armênios atacaram assentamentos na linha de contato em Nagorno-Karabakh, provocando vítimas civis e militares, declarou o Ministério da Defesa do Azerbaijão. Por sua vez, o Ministério da Defesa da Armênia afirmou que a região sofreu ataques aéreos e de mísseis, e que Baku começou uma ofensiva.
O governo da república não reconhecida de Nagorno-Karabakh relatou que múltiplos locais foram sujeitos a ataques de artilharia, tendo anunciado uma mobilização de seus militares e decretado lei marcial.
Erevan também declarou lei marcial, anunciando uma mobilização geral. De acordo com o ex-vice-ministro da Justiça da Armênia, Ruben Melikyan, esta é a primeira vez que a Armênia decreta uma mobilização geral. O presidente do Azerbaijão impôs igualmente lei marcial em várias cidades, tendo anunciado mobilização parcial.
A Rússia e a França apelaram às partes em conflito a cessarem as ações militares, com a Turquia tomando o lado de Baku.
História da guerra na região
O conflito em Nagorno-Karabakh começou em fevereiro de 1988, quando a Região Autônoma de Nagorno-Karabakh anunciou sua separação da República Socialista Soviética do Azerbaijão.
Baku perdeu o controle sobre Nagorno-Karabakh e sete distritos vizinhos entre 1992 e 1994 como resultado do confronto armado. Desde 1992, as negociações para a solução pacífica do conflito têm sido conduzidas pelo Grupo de Minsk da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, liderado por três países: Rússia, EUA e França.