Em entrevista coletiva em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, foi perguntado se a Rússia pensava em realizar uma operação antiterrorista em Nagorno-Karabakh, similar a que ocorreu na Síria, devido à presença de mercenários sírios no território.
"A presença de combatentes de grupos armados ilegais em uma zona de conflito é um grande perigo e motivo de profunda preocupação para a Rússia", respondeu Peskov.
O porta-voz também foi questionado se a "profunda preocupação" da Rússia poderia se materializar em medidas concretas dirigidas contra os mercenários, mas afirmou que não tinha essa informação.
O presidente da Síria, Bashar Assad, disse em entrevista à Sputnik que grupos de radicais estavam se deslocando da Síria para Nagorno-Karabakh, e que a Turquia utiliza terroristas sírios e de outros países na república não reconhecida. Além disso, Assad acusou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de ser responsável pela nova espiral de conflito em Karabakh.
O diretor do Serviço de Inteligência Externa da Rússia (SVR, na sigla em russo), Sergei Naryshkin, também comentou que mercenários do Oriente Médio estavam se dirigindo para Nagorno-Karabakh e que esses grupos eram formados por milhares de radicais.
Conflito em Nagorno-Karabakh
No dia 27 de setembro, os enfrentamentos armados voltaram a explodir em Nagorno-Karabakh, um território montanhoso e de população majoritariamente armênia. A região está no centro do conflito entre Armênia e Azerbaijão desde que decidiu se separar da antiga República Socialista Soviética do Azerbaijão em 1988.
Baku e Erevan se acusam mutuamente de terem promovido a escalada do conflito e ordenaram a mobilização de reservistas, impuseram a lei marcial e travam combates com o uso de blindados, artilharia, aviação e sistemas de mísseis ao longo da linha que separa suas tropas.