No início deste mês, Macron prometeu lutar contra o "separatismo islâmico", que ele disse estar ameaçando assumir o controle de algumas comunidades muçulmanas na França, o que gerou críticas de Erdogan. As declarações surgiram após a decapitação de um professor francês por um radical islâmico, que queria vingar o uso de caricaturas do profeta Maomé utilizadas pelo professor em uma aula sobre liberdade de expressão.
"Qual é o problema desta pessoa chamada Macron com os muçulmanos e o islamismo? Macron precisa de tratamento mental", disse Erdogan durante discurso em um congresso de seu partido - de raízes islâmicas - na cidade turca de Kayseri, conforme publicou a agência Reuters.
Erdogan também insinuou que Macron é um líder que "não entende a liberdade de crença". Desde que foi alçado ao poder, ainda em 2003, Erdogan busca colocar o Islã no centro da política na Turquia - um país secular, apesar da maioria muçulmana.
Anteriormente, o presidente turco já havia tecido críticas contra Macron pelas declarações, classificando-as como provocações do líder francês. Apesar de Turquia e França serem membros da OTAN, os países têm várias divergências políticas, como em relação à Síria e à Líbia, e mais recentemente também em relação ao conflito em Nagorno-Karabakh.
Ainda segundo a publicação da Reuters, Erdogan e Macron discutiram suas diferenças durante um telefonema no mês passado e concordaram em agir para melhorar os laços e manter os canais de comunicação abertos.