"O Tratado INF era um elemento importante para garantir a segurança internacional e estabilidade estratégica. O tratado desempenhou um papel especial na manutenção da previsibilidade e contenção na área dos mísseis no espaço europeu", lê-se em documento divulgado pelo serviço de imprensa do Kremlin.
Putin disse que, tendo em conta as tensões permanentes entre a OTAN e a Rússia, são evidentes as novas ameaças à segurança geral europeia.
Ele afirmou ainda que, no contexto da retirada dos EUA do Tratado INF, é necessário intensificar os esforços para reduzir a falta de confiança e reforçar a estabilidade regional e mundial.
"Nestas condições são requeridos intensos esforços para reduzir a falta de confiança, fortalecer a estabilidade regional e global, bem como a diminuição dos riscos decorrentes de mal-entendidos e divergências na área dos mísseis", aponta a declaração.
A saída de Washington do Tratado INF é um grave erro, aumentam os riscos de uma corrida armamentista de mísseis.
"Consideramos a retirada dos EUA do Tratado INF [...] um erro grave que aumenta os riscos de se desencadear uma corrida armamentista de mísseis, de incremento do potencial de confrontação e de surgimento de uma escalada descontrolável", lê-se na declaração emitida pelo serviço de imprensa de Kremlin.
Em seguida, o presidente russo disse que Moscou está pronta, de sua livre vontade, para não instalar mísseis 9M729 na parte europeia da Rússia, mas somente na condição de haver ações semelhantes por parte da OTAN.
"Permanecendo comprometida com a posição consistente sobre a conformidade total do míssil 9M729 com os requisitos do anterior Tratado INF, a Federação da Rússia, no entanto, está preparada, no espírito de boa-fé, para não instalar mísseis 9M729 na parte europeia do país, mas apenas na condição de haver medidas semelhantes dos países-membros da OTAN excluindo a implementação na Europa de armas anteriormente proibidas pelo Tratado INF", conclui o comunicado.
Os EUA abandonaram definitivamente o Tratado INF sobre a eliminação dos mísseis balísticos e de cruzeiro nucleares ou convencionais de alcance intermediário em agosto de 2019. Em apenas três semanas após o abandono do tratado, os EUA realizaram um teste com mísseis que estavam proibidos pelo documento, o que significa que desenvolveram esse armamento ainda durante a vigência do tratado.