Químicos encontrados em muitos objetos mundanos, desde panelas antiaderentes a roupas impermeáveis ou caixas de pizza, são perigosos para o fígado, a fertilidade, causar câncer, e podem também reduzir a eficácia da administração de uma vacina, por exemplo, contra a COVID-19, informa o jornal The Guardian.
"Nesta fase, não sabemos se terá impacto sobre uma vacina contra o coronavírus, mas é um risco. Teríamos que cruzar os dedos e esperar pelo melhor", afirmou Philippe Grandjean, professor-adjunto de saúde ambiental da Escola de Saúde Pública de Harvard, EUA.
O artigo cita um estudo de outubro, que estima poder haver mais de 200 milhões de norte-americanos, ou cerca de dois terços da população dos EUA, que "poderiam ter produtos químicos fluorados tóxicos conhecidos" como fluorosurfactantes em sua água potável.
A mídia menciona igualmente uma pesquisa de 2017, que revela que crianças submetidas a fluorosurfactantes tinham concentrações de anticorpos contra o tétano e a difteria bastante inferiores, bem como um estudo recente conduzido por Grandjean, e ainda não revisto por pares, que descobriu que o perfluorobutirato, um tipo de fluorosurfactantes, se acumula nos pulmões e pode aumentar a gravidade da COVID-19.
As vacinas formuladas em torno das proteínas do vírus podem ter resultados pobres na proteção contra a doença, adverte Grandjean.
"Pessoas com alta exposição aos fluorosurfactantes têm um nível de anticorpos não-protetor e muito baixo após quatro vacinações contra difteria e tétano. Portanto, se uma vacina para COVID-19 for semelhante, os fluorosurfactantes provavelmente inibirão a resposta de uma vacina, mas é uma incógnita nesta fase", afirma o acadêmico.