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Racismo: negros correspondem a 97% dos mortos em 2019 por policiais na Bahia

© Folhapress / Saulo Angelo/Futura PressManifestação contra o racismo e contra o presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, em 7 de junho de 2020.
Manifestação contra o racismo e contra o presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, em 7 de junho de 2020. - Sputnik Brasil
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Pessoas negras foram maioria absoluta nas mortes por policiais nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e São Paulo.

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (9) pela Rede de Observatórios da Segurança comprova que a letalidade policial no Brasil é muito maior entre os negros. Todos os dados que embasaram a pesquisa foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação, e comparados com o censo do IBGE.

Segundo informações publicadas pela revista Época, o estudo com dados de 2019 fornecidos pela Lei de Acesso à Informação identificou que a Bahia registrou o maior número proporcional de mortes por policiais no ano passado: 97% dos 650 mortos eram pessoas negras. Este percentual é muito maior do que taxa de população negra no estado, que é de 76%, segundo o IBGE.

Em Pernambuco, 93% dos mortos pelos agentes eram pessoas negras. A taxa de negros na população do estado é de 61,9%.

© Folhapress / Carlos Quadros / FotoarenaManifestantes protestam contra a violência e o racismo em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, após o assassinato de João Alberto Freitas em um mercado da rede Carrefour
Racismo: negros correspondem a 97% dos mortos em 2019 por policiais na Bahia - Sputnik Brasil
Manifestantes protestam contra a violência e o racismo em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, após o assassinato de João Alberto Freitas em um mercado da rede Carrefour
No Ceará, a taxa é de 87%, mas o estado não classificou 77% dos registros, o que prejudica a contagem. No total, 136 pessoas morreram por intervenção policial no ano passado no estado. Destas, 105 não tiveram a cor informada nos registros.

O estudo classifica a omissão de dados como "inaceitável" e ressalta o Ceará como o caso "mais grave" entre os cinco estados analisados.

O Rio de Janeiro aparece logo em seguida na proporcionalidade: 86% das 1.814 mortes do tipo em 2019 foram de pessoas negras, que representam 51% da população.

Questionado sobre os dados, o governo do Rio disse que a política de segurança é baseada em inteligência e tecnologia das polícias. "A atuação das polícias tem sempre, como princípio, a preservação das vidas. Os números do Instituto de Segurança Pública (ISP) comprovam isso: de janeiro a outubro de 2020 houve uma queda de 30,8% nas mortes por intervenção de agentes do estado em relação ao mesmo período de 2019", informou o governo.

Já em São Paulo, do total de mortos pela polícia, mais de 62% são negros, quase o dobro da população negra do estado, que representa 34% dos paulistas.

A Secretaria da Segurança de São Paulo disse não conhecer a metodologia da pesquisa e esclareceu que o compromisso das forças de segurança do estado é "com a vida, razão pela qual medidas para a redução de mortes são permanentemente estudadas e implementadas pela pasta".

© Folhapress / Alice VergueiroMarcha das Mulheres Negras em São Paulo contra a discriminação e a desigualdade (arquivo)
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