Após imposição de sanções norte-americanas contra a compra dos sistemas russos S-400, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta quarta-feira (16) que duplicará a produção de sua indústria de defesa.
"Após a decisão de ontem, vamos duplicar os esforços para aumentar nossa própria produção de defesa", completou Erdogan.
Ele também reconheceu que pode haver problemas derivados das restrições de Washington, contudo assegurou que a "Turquia não será detida".
O líder turco também ressaltou que nenhum outro país foi submetido às sanções CAATSA (Lei de Combate aos Adversários da América por meio de Sanções) dos EUA, mas a Turquia, um aliado da OTAN, foi.
"Até agora, a Lei de Combate aos Adversários da América por meio de Sanções [CAATSA, na sigla em inglês] não foi aplicada contra nenhum outro país, exceto nós, um país da OTAN. Que tipo de aliança é esta? Em que está baseada? A Turquia comprou S-400 da Rússia. A Turquia não consultou vocês sobre o fornecimento de equipamentos antiaéreos? Esta decisão é um ataque a nossa soberania e um instrumento de pressão", afirmou Erdogan.
A Turquia convidou por diversas vezes os EUA para criar um grupo de trabalho para resolver as divergências sobre a compra dos sistemas russos S-400.
Mais cedo, nesta segunda-feira (14), Washington impôs sanções contra a presidência turca das Indústrias de Defesa e seu chefe Ismail Demir, bem como contra mais três oficiais na Turquia pela compra dos sistemas de defesa antiaérea russos S-400.
A Turquia anunciou a compra dos sistemas de defesa antiaérea S-400 da Rússia ainda em 2017. O anúncio gerou incômodo por parte dos EUA, que alegaram que o sistema russo é incompatível com sistemas da OTAN. Em 2019, Washington retaliou a Turquia expulsando Ancara do programa de desenvolvimento dos caças F-35, aumentando a deterioração das relações bilaterais.