A UE quer assegurar o acesso de seus navios pesqueiros às águas britânicas quando terminar o período de transição do Brexit, ou seja, depois do dia 31 de dezembro deste ano.
Por sua vez, Londres insiste em manter a soberania sobre suas águas e convertê-las em área de uso exclusivo do Reino Unido.
A posição do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, é firme, já tendo ordenado aos navios da Guarda Costeira que mantenham a prontidão para fazer frente à frota pesqueira da UE, caso a transição do Brexit termine sem acordo.
Ao comentar a postura do Reino Unido, o prefeito de Boulogne-sur-Mer instou a evitar um confronto no mar.
"Vocês querem realmente uma guerra das Malvinas à sua porta em Guernsey ou Jersey? Falar de navios armados pode bajular o ego jingoísta a ambos os lados do canal [da Mancha], porém não nos ajudará a chegar a um acordo", disse o político ao The Daily Telegraph.
Em sua opinião, os navios da Marinha Real serviriam melhor para salvar os imigrantes no canal da Mancha.
"Ao invés de enviar navios para buscar os pescadores, não seria melhor enviá-los para verificar se os imigrantes não estão se afogando? As pessoas estão morrendo no canal", afirmou.
Ainda não há um acordo entre as partes e, caso ele não seja alcançado antes do Ano Novo, serão introduzidas novas taxas no comércio de bens entre os dois antigos parceiros.