A primeira pessoa a ser vacinada contra a COVID-19 na Bahia contraiu a doença antes de receber a segunda dose do imunizante, no caso a CoronaVac. A enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos, está internada no Instituto Couto Maia, em Salvador, e tem quadro clínico considerado estável, conforme publicou o portal G1 nesta terça-feira (23).
"Ela ia tomar a segunda dose no dia 16 e, entre 12 e 13, começou a sentir um mal-estar. Ela está bem, está usando pouco oxigênio, mas quando se movimenta fica um pouquinho desconfortável, por isso ela está sendo mantida ainda no hospital", contou a médica infectologista Ceuci Nunes, diretora-geral do hospital, que é referência em tratamento de doenças infectocontagiosas no Brasil.
A médica explica que apenas a primeira dose da vacina não garante a imunização. Para a vacinação atingir a eficácia máxima, é preciso receber as duas doses e aguardar o período que o organismo leva para produzir os anticorpos do imunizante.
"Não é à toa que a vacina são duas doses. [Para] todas as vacinas, até o momento, a exigência é de duas doses. Exatamente porque na segunda dose se faz um reforço, aumenta a proteção. Claro que algumas pessoas já vão ter a proteção após a primeira dose, mas essa proteção pode não ser suficiente e a segunda dose é necessária", ressaltou.
Desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, a CoronaVac está sendo fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan. O imunizante tem eficácia geral de 50,38%.
Porém, na prática, além de reduzir praticamente pela metade a possibilidade de contaminação, a CoronaVac evita 78% dos casos leves que exigem algum tipo de cuidado médico. Ou seja, nesse caso, a pessoa fica assintomática, de acordo com as análises publicadas.
Além disso, nenhum dos vacinados ficou em estado grave, foi internado ou morreu nos testes realizados com a CoronaVac.