Recentemente, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que, a partir de 1º de janeiro de 2021, a Frota do Norte se tornou uma unidade de administração militar autônoma, passando a ser o "quinto distrito militar" além dos distritos Oriental, Ocidental, Central e do Sul.
Analisando os fatos, a agência de notícias chinesa Xinhua considera a notícia um dos fatores de aumento da contraposição entre Moscou e Washington no Ártico.
Por sua vez, o comandante da Frota do Norte, almirante Aleksandr Moiseev, comunicou que em 2021 a força executará diferentes missões, no quadro de suas competências, por meio da formação de unidades de combate e envio de navios de guerra e aeronaves para operações de patrulhamento.
Além disso, o 5° Exército da Força Aérea e Defesa Antiaérea da Rússia, pertencente à Frota do Norte, abriu o aeródromo Rogachevo no sul do arquipélago de Novaya Zemlya. Também o Distrito Militar Oriental expandiu o número de sua guarnição no Ártico.
Em fevereiro deste ano, o regimento de defesa da costa foi deslocado para a região autônoma de Chukotka, se tornando em uma divisão de defesa da costa. À área de operação da divisão foram incorporados as zonas desde a Rota Marítima do Norte até a ilha de Vrangel.
De acordo com o serviço de imprensa do Distrito Militar Oriental russo, a expansão da divisão de defesa costeira permitirá eficazmente realizar incursões repentinas contra o inimigo, aumentando as possibilidades de missões de inteligência e monitoramento na Rota Marítima do Norte.
Também é esperado que os militares russos instalem em Novaya Zemlya plataformas de lançamento de mísseis de cruzeiro de propulsão nuclear para futuros testes de armas.
Para além isso, o 45° Exército da Força Aérea e Defesa Antiaérea da Frota do Norte conduz todos os tipos de exercícios navais na região do Ártico, inclusive com sistemas antiaéreos S-400.
Por sua vez, os EUA, nos últimos anos, também tomaram diversas medidas de aumento dos meios militares na região.
Ainda em fevereiro, a agência de notícias Associated Press publicou a fala do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na qual ele disse sobre o Ártico:
"Isto está se tornando rapidamente em uma região de competição geopolítica, e eu tenho sérias preocupações sobre a construção militar russa e o [seu] comportamento agressivo no Ártico."
Ao mesmo tempo, os militares norte-americanos estão desenvolvendo o que chamam de uma "brigada capaz de agir no Ártico", o que faz parte de um aumento do foco do Pentágono na região.
Da mesma forma, a Força Aérea dos EUA enviou recentemente pela primeira vez bombardeiros B-1 para a Noruega, país-membro da OTAN e também vizinho da Rússia.