Durante vários meses, o único quebra-gelo pesado dos EUA, Polar Star, realizou uma missão no Ártico. Esta foi a primeira vez que ele chegou à região no inverno desde 1982. A tripulação teve que ultrapassar condições climáticas severas e perigosas, bem como enfrentar um problema a bordo do navio que "pode dificultar as ambições dos EUA no Ártico".
O capitão do navio, William Woityra, relembrou que o Polar Star "tem agora 45 anos e está definitivamente mostrando sua idade". Ele recordou que, na véspera do Ano Novo, a tripulação ficou presa no gelo em resultado da falha de um diodo, e o problema é que essa peça não é mais fabricada.
De acordo com as palavras do capitão, a bordo do navio há uma caixa de peças adicionais, mas quando elas acabarem o quebra-gelo não será capaz de se mover.
"De verdade, é um pouco preocupante [...] que este navio, esta operação e a presença de quebra-gelos dos EUA no Ártico dependem de uma caixa com peças de reposição [...] que já não são fabricadas", expressou o capitão, citado pelo Business Insider.
Segundo o portal, em meados deste ano o navio participará de um programa de extensão de serviço a fim de permitir que ele funcione mais uma década. Até 2024, a Guarda Costeira planeja receber um novo quebra-gelo e mais dois até 2030. Além disso, os EUA estão considerando a possibilidade de aluguel de um navio para missões no Ártico.
Apesar dos problemas técnicos do Polar Star, a Guarda Costeira ficou satisfeita com esta missão, que incluiu testes de tecnologias de comunicação para o Departamento de Defesa e também estudos científicos nas condições árticas.
O comandante da Guarda Costeira, almirante Karl Schultz, considera que os Estados Unidos devem se focar no treinamento de marinheiros para quebra-gelos, uma vez que o Ártico está atraindo cada vez mais atenção, bem como está ficando mais acessível devido às mudanças climáticas.
Os funcionários da Guarda Costeira ressaltam que eles mantêm boas relações com os colegas russos. Ainda assim, notou Schultz, o serviço protege principalmente os interesses nacionais dos EUA na região. "A Rússia está empurrando contra essa linha, e nós estamos empurrando para trás", comentou o comandante.