A Liga Árabe e a Turquia se mostraram no sábado (13) contra a abertura de uma representação diplomática tcheca em Jerusalém, além da existente em Tel Aviv, afirmando que o passo viola o direito internacional, incluindo uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
"Denunciamos a abertura da embaixada da República Tcheca em Jerusalém. Isto é uma violação do direito internacional e da política consistente da Europa em relação ao problema palestino. Tais ações não ajudam a alcançar a paz, mas violam os direitos dos palestinos na cidade ocupada", disse o serviço de imprensa da Liga Árabe em uma declaração obtida pela Sputnik.
As ações de Praga violam, em particular, a Resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU, adotada em 1980, que proíbe o estabelecimento de missões diplomáticas em Jerusalém, disse a Liga Árabe.
Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe, sublinhou ainda que a abertura de missões diplomáticas em Jerusalém não mudaria o status legal da cidade, independentemente das ações dos países que "preferem seus interesses aos princípios".
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia também expressou seu desagrado com a decisão de Praga.
"Estamos preocupados com o fato de a República Tcheca ter aberto um escritório diplomático em Jerusalém, cujo status internacional é garantido pelas resoluções da ONU. Por sua própria natureza, este passo servirá para tentar minar o status de Jerusalém, que é um dos principais parâmetros do conflito israelo-palestino", disse o órgão oficial.
O corpo diplomático instou todos os membros da comunidade internacional a "respeitar o status histórico e legal de Jerusalém, juntamente com os parâmetros internacionais de uma solução justa, abrangente e duradoura para o conflito israelo-palestino".
Na quinta-feira (11), a República Tcheca abriu uma representação diplomática em Jerusalém Ocidental, além de sua embaixada em Tel Aviv. A cerimônia de corte da fita contou com a presença de Andrej Babis, primeiro-ministro tcheco, e Gabi Ashkenazi, ministro das Relações Exteriores de Israel.
Status de Jerusalém
Israel tomou posse do lado oriental de Jerusalém, então controlado pela Jordânia, durante a Guerra dos Seis Dias de 1967, e se recusa a retornar às fronteiras anteriores e compartilhar com os árabes a cidade de Jerusalém, que chama de sua "capital eterna e indivisível". Em 1980, o parlamento israelense adotou a Lei de Jerusalém, proclamando toda a capital parte indivisa de Israel.
A comunidade internacional não reconhece a anexação, uma posição formulada pela Resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU no mesmo ano, e acredita que o status de Jerusalém deve ser acordado com os palestinos, que reivindicam a parte oriental.
A República Tcheca é o segundo estado-membro da União Europeia, depois da Hungria, a abrir um escritório diplomático na cidade.