A morte do policial militar Wesley Soares Góes, neste domingo (28), gerou reações nas redes sociais, principalmente por parte de deputados da base do governo de Jair Bolsonaro.
Por meio de diversas publicações nas redes, a base bolsonarista defendeu o policial militar baleado, enfatizando que ele lutava pelos direitos dos trabalhadores em ir para rua, apesar das restrições impostas em função da COVID-19.
A deputada e presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) Bia Kicis, chegou a escrever: "Soldado da PM da Bahia abatido por seus companheiros. Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora a PM da Bahia parou. Chega de cumprir ordem ilegal", escreveu.
Diante da repercussão do comentário, a deputada apagou a publicação e pediu para "aguardar as investigações".
Nesta madrugada fui informada, de q o PM morto, em surto, havia atirado p/ o alto e foi baleado por https://t.co/haFx4dBvFR redes se comoveram e eu tb.Hoje cedo removi o post p/ aguardarmos as investigações. Inclusive diante do reconhecimento da fundamental hierarquia militar.
— Bia Kicis (@Biakicis) March 29, 2021
Já o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que "aos vocacionados em combater o crime, prender trabalhador é a maior punição". Ele também comentou o episódio em Salvador.
Aos vocacionados em combater o crime, prender trabalhador é a maior punição
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) March 29, 2021
Esse sistema ditatorial vai mudar.
Protestos pipocam pelo mundo e a imprensa já não consegue abafar. Estão brincando de democracia achando que o povo é otário.
Que Deus conforte os familiares do PM-BA. pic.twitter.com/eAhb1ZQNar
O deputado José Medeiros publicou nas redes sociais uma imagem do governador Rui Costa com as mãos sujas de sangue. "Esse é governador da Bahia, do PT", escreveu. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) também compartilhou o vídeo de Wesley. "Sinto muito a morte do PMBA. É muito difícil aguentar tanta pressão", escreveu a parlamentar no Twitter.
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, engrossou o coro de bolsonaristas que usaram as redes sociais para relacionar a morte do PM com insubordinação às ordens do governador.
“Eu não vou mais prender trabalhador, não entrei na polícia pra prender pai de família”, disse o soldado da PM Wesley Soares Góes, antes de ser executado.
— Roberto Jefferson (@BobjeffHD) March 29, 2021
A corda já arrebentou faz tempo. #WesleyHeroiNacional