As ações da Rússia na região do Ártico não representam nenhuma ameaça e não violam o direito internacional, todavia, se as tensões regionais aumentaram, isso se deve às atividades militares dos EUA, afirma a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentando as declarações dos EUA sobre o "poder militar sem precedentes da Rússia no Ártico".
"A Rússia não faz nada no Ártico que contradiga o direito internacional ou ameace outros países. Se falarmos sobre possíveis fontes de escalada de tensões na região, seria lógico considerar como tal a atividade militar dos EUA e seus aliados no Ártico, que é acompanhada por uma retórica beligerante [...] É precisamente a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e Estados-membros da aliança, incluindo nações não-árticas, que executam provocações lá, e [isso] acontece de forma cada vez mais regular", disse Zakharova nesta sexta-feira (9).
Os EUA já afirmaram que planejam enviar um grande número de caças F-35 e Raptors F-22 para o Alasca, acrescentando que a administração do presidente norte-americano Joe Biden está determinada a "proteger seus interesses no oceano Ártico". O Pentágono também disse que a Marinha dos EUA começará a realizar patrulhas do tipo que realiza no mar do Sul da China nas zonas marítimas do Ártico russo, uma vez que tenta desafiar tanto Moscou quanto Pequim.
A importância do Ártico
Com as mudanças climáticas, a região do Ártico está se tornando cada vez mais acessível à atividade humana, pelo que as operações militares estão também aumentando na zona.
Em março, os EUA fizeram uma demonstração de força no Ártico ao enviar para a região bombardeiros B-2 Spirit e conduzir a primeira aterrissagem de um bombardeiro B-1B na área do Círculo Ártico.
Esta semana, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, afirmou que a presença da Rússia no Ártico é um elemento necessário para seu desenvolvimento militar, já que os EUA não descartam sua presença no Ártico e a Rússia não deve ignorar essa região importante.
"Não devemos esquecer que os próprios EUA nunca desistiram da presença na zona ártica, nunca diminuíram sua atenção dispensada à região ártica. E nós sempre registramos isso e também nos baseamos no fato de que nós igualmente não devemos ignorar esta região importantíssima", acentuou o porta-voz de Vladimir Putin.