A informação foi publicada na noite desta quarta-feira (21) pelo jornal Wall Street Journal, citando fontes oficiais da Casa Branca.
Em março, o Comitê de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos já havia solicitado a Biden o reconhecimento formal do genocídio armênio. Os congressistas ressaltaram que, em declaração de 2020, Biden já havia apontado o genocídio do povo armênio, e pediram que ele o faça novamente, agora como presidente dos EUA.
Já nesta quarta-feira (21), na Câmara dos Representantes dos EUA, 107 deputados assinaram carta pedindo que Biden reconheça como genocídio o massacre de armênios durante o período do Império Otomano, no início do século passado.
"Nós nos juntamos à orgulhosa comunidade armênio-americana e a todos aqueles que apoiam a verdade e a justiça pedindo que você reconheça clara e diretamente o genocídio armênio em sua declaração de 24 de abril", disse a carta endereçada ao presidente norte-americano.
Os congressistas lembram na carta que o sábado (24) marcará o 106º aniversário do início do genocídio armênio, apontando ainda o "assassinato sistemático de 1,5 milhão de armênios pelo Império Otomano entre 1915 e 1923".
Na terça-feira (20), o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, disse ao jornal Haberturk que as relações entre Washington e Ancara piorariam ainda mais se o governo Biden reconhecesse os eventos como genocídio.
Em abril de 2020, o então presidente norte-americano, Donald Trump, chamou os eventos de "Mads Yegern", uma frase armênia que significa "grande calamidade". À época, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia disse que a declaração de Trump não mencionava "mais de 500 mil muçulmanos que foram massacrados por rebeldes armênios no mesmo período".
O genocídio armênio foi reconhecido pelos governos e parlamentos de mais de 30 países, embora as autoridades turcas tenham se oposto repetidamente ao uso do termo para classificar o massacre.