O Parlamento Europeu ratificou nesta quarta-feira (28) o acordo sobre comércio e cooperação entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido. Os legisladores do Parlamento Europeu endossaram o acordo de livre comércio por 660 votos a favor, cinco contra e 32 abstenções. A votação ocorreu na terça-feira (27), mas os resultados só foram anunciados na manhã desta quarta-feira (28).
O documento agora deve ser aprovado pelos Estados-membros da UE para entrar em vigor oficialmente. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que aprovação do acordo é a "etapa final em uma longa jornada". No Twitter, o ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt comemorou o acordo.
The @Europarl_EN approves the EU - UK trade & cooperation agreement !
— Guy Verhofstadt (@guyverhofstadt) April 28, 2021
The first trade deal in history to put up barriers & remove freedoms?
A failure for both sides, but better than nothing. I still believe one day an ambitious young politician will want 🇬🇧to lead in 🇪🇺 again !
O Parlamento Europeu aprova o acordo de comércio e cooperação UE - Reino Unido! O primeiro acordo comercial da história a colocar barreiras e remover liberdades? Um fracasso para ambos os lados, mas melhor do que nada. Ainda acredito que um dia um jovem político ambicioso vai querer que o Reino Unido lidere na UE de novo!
O acordo de comércio e cooperação foi necessário para regular as relações entre o Reino Unido e o bloco após o fim do período de transição pós-Brexit, que terminou em 1º de janeiro.
Transição tumultuada
Em um debate antes da votação, muitos legisladores do Parlamento Europeu lamentaram a saída do Reino Unido, que aderiu ao bloco em 1973, mas insistiram que ratificar o texto era a melhor opção para evitar interrupções econômicas e garantir a integridade do mercado único da UE.
No início deste ano, a União Europeia acusou a Grã-Bretanha de violar a lei internacional depois que o governo do Reino Unido estendeu unilateralmente até outubro um período de carência para a não realização de verificações nas mercadorias que circulam entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido. A medida levou a UE a iniciar uma ação legal contra sua antiga nação-membro.
A Irlanda do Norte faz parte do Reino Unido, mas permaneceu como parte do mercado único da UE para mercadorias após o Brexit, como uma forma de evitar verificações alfandegárias na fronteira do território com a Irlanda, membro da UE. Uma fronteira aberta com a Irlanda ajudou a sustentar o processo de paz que encerrou décadas de violência sectária na Irlanda do Norte.
As relações entre a UE e o Reino Unido têm sido tensas desde que o período de transição do Brexit terminou em 1º de janeiro. Os dois lados discutiram sobre questões que vão desde o fornecimento das vacinas contra a COVID-19 ao pleno reconhecimento diplomático da UE no Reino Unido.