"Compartilhamos o compromisso com a segurança do Ártico e saudamos a recente decisão da Dinamarca de investir mais […] na defesa do Atlântico Norte e do Ártico, em coordenação com os governos da Groenlândia e das Ilhas Faroé", afirmou Blinken em uma conferência de imprensa junto com seu homólogo dinamarquês, Jeppe Kofod, escreve agência AFP.
As declarações do chefe da diplomacia dos EUA ocorreram durante sua visita à Dinamarca, dois dias antes do Conselho do Ártico, que decorrerá na Islândia.
Em fevereiro deste ano, Copenhagen anunciou um investimento militar de 1,5 bilhão de coroas dinamarquesas (R$ 1,29 bilhão) incluindo a implantação de drones de vigilância sobre a Groenlândia (território autônomo dinamarquês) e a instalação de uma estação de radar nas ilhas Faroé.
O plano, que apontava para um alegado aumento da atividade da Rússia no Ártico, visa cobrir as lacunas existentes e melhorar as capacidades de vigilância da Dinamarca na Groenlândia e no Atlântico Norte.
O investimento militar contribuirá para saber "quem está fazendo o quê, onde, a qualquer momento [...] e apreciamos muito o papel que a Dinamarca está desempenhando para ajudar a fazer isso", ressaltou Blinken.
O Conselho do Ártico, cujo escopo não inclui questões de defesa, deverá se reunir na quarta (19) e quinta-feira (20) na capital da Islândia, Reykjavik, reunindo os ministros das Relações Exteriores dos oito países limítrofes do Ártico, incluindo o ministro russo Sergei Lavrov.
Depois de perder o interesse pela região desde o fim da Guerra Fria, as grandes potências voltaram ultimamente a olhar para a região.
Na semana passada, Aleksandr Moiseev, comandante da Frota do Norte da Rússia, disse que nos últimos anos as atividades de treinamento operacional e de combate da OTAN aumentaram de intensidade nesta região.
Vale recordar que, em agosto de 2020, o ex-chefe de gabinete do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Miles Taylor, revelou que Trump cogitou com sua equipe realizar uma troca envolvendo a Groenlândia. A ideia do então presidente dos EUA era oferecer o território norte-americano de Porto Rico à Dinamarca em troca da ilha ártica.