Astrônomos descobriram uma estrela na Via Láctea que diminuiu seu brilho em quase toda sua totalidade e depois voltou ao nível anterior, relata nesta sexta-feira (11) o jornal The Guardian.
"Parecia surgir do nada", disse o dr. Leigh Smith do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, Reino Unido, sobre o escurecimento da estrela gigante, chamada VVV-WIT-08, em 97%, sendo que "WIT" é a sigla em inglês para "o que é isto".
Usando o telescópio Vista, operado pelo Observatório Europeu do Sul no Chile, que observa o brilho infravermelho do espectro eletromagnético, o corpo celeste, que se encontra no centro da nossa galáxia, começou a desvanecer no início de 2012 e quase desapareceu em abril daquele ano, antes de se recuperar nos 100 dias seguintes.
“When scientists find variable stars that do not sit within established categories, they call them “what is this” or “WIT” objects. Their latest discovery bears the name VVV-WIT-08.” https://t.co/m0UcT35d8c
— Thijs van der Vossen (@thijs) June 11, 2021
Quando os cientistas encontram estrelas variáveis que não se encontram dentro de categorias estabelecidas, eles as chamam de "o que é isto" ou objetos "WIT". Sua última descoberta leva o nome VVV-WIT-08.
Os cientistas teorizaram no estudo publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society que a razão de terem encontrado uma estrela tão grande em uma região densa da galáxia pode ter sido devido a um disco empoeirado ao redor de um planeta em órbita, ou de uma segunda estrela que se interpôs no caminho. A VVV-WIT-08 deve voltar a passar pelo fenômeno entre os próximos 20 e 200 anos, acreditam os pesquisadores.
Apesar de tudo, não se trata da primeira estrela com estas características, pois a Epsilon Aurigae diminui em cerca de 50% a cada 27 anos devido a um disco de poeira, a TYC 2505-672-1, parte de um sistema binário, que também é eclipsada por um disco da estrela companheira a cada 69 anos. Existem ainda outras duas estrelas "piscantes" em volta da VVV-WIT-08, mas os astrônomos têm menos detalhes sobre elas.
Segundo a equipe de cientistas, as observações poderão ajudar a entender a evolução do que se pode tratar de estrelas "gigantes piscantes".