O chanceler sírio disse que a ajuda transfronteiriça de Washington era "hipocrisia pura". Seus esforços para manter o funcionamento da passagem são apenas "mais uma tentativa de ajudar os grupos terroristas e de fornecer-lhes todo o material necessário para prolongar a guerra terrorista contra a Síria", disse ele em uma entrevista à RT.
Mekdad qualificou a atividade transfronteiriça dos EUA e da Turquia de "violação direta da soberania" da Síria.
O chanceler afirmou que os Estados Unidos mandam armamento aos militantes sob pretexto de assistência humanitária, sublinhando a presença em Idlib da Frente Al-Nusra, um grupo dissidente da Al-Qaeda (organização proibida na Rússia e em vários outros países).
"Se os países ocidentais realmente se preocupam com os cidadãos sírios, devem suspender suas sanções", disse o ministro, adicionando que "eles nem nos permitem importar instrumentos médicos, para não mencionar alimentos e outros materiais necessários".
O ministro das Relações Exteriores repetiu a demanda de Damasco para que os 900 soldados norte-americanos saiam da Síria.
"[Os EUA] devem parar sua violação da integridade territorial da Síria, porque eles estão entrando ilegalmente na Síria [...] eles devem parar de roubar petróleo sírio, trigo sírio e outras propriedades sírias", disse Mekdad.
Mekdad declarou que sem a ajuda dos Estados Unidos "o Daesh [organização proibida na Rússia e em vários outros países] teria sido eliminado há muito tempo".
Além disso, o chanceler sírio afirmou que está aguardando pelo reinício das negociações em Nursultan, no Cazaquistão, no próximo mês, que visam obter um acordo de paz na Síria. O chamado formato de Astana, mediado pela Rússia, Turquia e Irã, é "o mecanismo mais eficaz" para encontrar soluções para a crise, dado que das negociações participam o governo sírio, a oposição e os atores internacionais.
O impasse diplomático continua, porque o mandato da Organização das Nações Unidas (ONU) de sete anos para manter o posto de controle Bab Al-Hawa, na fronteira sírio-turca, aberto expira em julho. Os EUA e seus aliados, incluindo a Turquia, querem manter o ponto operacional por pelo menos mais um ano, citando preocupações com os civis no último reduto terrorista no país. Por sua vez, a Rússia, aliada da Síria, ameaça vetar a resolução no Conselho de Segurança da ONU, insistindo que toda a assistência à população deve ser enviada através de Damasco.