Os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, Vladimir Putin e Joe Biden, tocaram no assunto da retirada das tropas norte-americanas antes do colapso no Afeganistão, mas as nuances não costumam ser transmitidas ao público, anunciou Peskov.
Foi-lhe pedido para comentar a informação de várias mídias de que Putin, durante a reunião com Biden em Genebra, teria alegadamente expressado sua oposição à presença dos Estados Unidos na Ásia Central, inclusive no Afeganistão. Peskov também foi perguntado se não haveria o objetivo de transferir a responsabilidade pela retirada das tropas para mais alguém.
"Aqui, por muito que se deseje, é impossível transferir a responsabilidade para qualquer outro, por isso não acho que aqui haja tal objetivo", respondeu o porta-voz.
Ele notou que nem todas as informações, sejam verdadeiras ou mentiras, devem ser comentadas pelo Kremlin ou pelo Ministério das Relações Exteriores, "tanto mais quando se trata do conteúdo do diálogo entre chefes de Estado – da Rússia e dos EUA".
"Posso dizer uma coisa: é verdade que naquela época, quando esse colapso afegão ainda não tinha acontecido, o tema do Afeganistão e o então futuro final da retirada dos americanos do Afeganistão realmente foi discutida, foi tocada na reunião, mas as nuances nós, como regra, certamente não transmitimos para o plano público, isso não funciona assim", esclareceu Peskov.
Após uma semana de ofensiva do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), depois que os EUA iniciaram a retirada das forças do solo afegão, o movimento entrou em Cabul em 15 de agosto e causou a queda do governo do país. Isso forçou milhares de cidadãos afegãos a tentarem fugir do país por medo de represálias dos militantes. Muitos Estados começaram desde então a evacuar suas missões diplomáticas e seus cidadãos nacionais do país da Ásia Central.