Deepak Mittal se reuniu com Sher Mohammad Abbas Stanekzai, líder do gabinete político do Talibã em Doha, a pedido do grupo islâmico, informa a agência Reuters.
A Índia tem seus motivos para se preocupar com o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países), especialmente devido às relações próximas com seu principal rival, o Paquistão. Por outro lado, Nova Deli também se preocupa com a possibilidade de os grupos de resistência muçulmanos em Caxemira poderem se inspirar na vitória do Talibã no Afeganistão e, por sua vez, desencadearem mais violência e instabilidade na região.
O Ministério das Relações Exteriores da Índia disse que as partes discutiram a segurança dos cidadãos indianos que ficaram no Afeganistão. Adicionalmente, Mittal expôs os receios do governo indiano relacionados com milícias extremistas que pudessem ter sua base em solo afegão para planejar ataques.
"O representante do Talibã garantiu ao embaixador que estas questões seriam tratadas positivamente", disse o Ministério das Relações Exteriores indiano, citado pela mídia.
Estas conversações ocorrem dias após Stanekzai ter dito que o Talibã é a favor de laços políticos e econômicos com a Índia.
Porém, até o momento, ainda não houve nenhum comentário por parte do grupo insurgente sobre as conversações descritas.
A Índia investiu mais de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15,4 bilhões) no desenvolvimento do Afeganistão, tendo criado laços próximos com o governo de Cabul apoiado pelos EUA. No entanto, com o rápido avanço do Talibã pelo país, o governo indiano foi criticado por não abrir mais cedo um canal de comunicação com os militantes, explica a Reuters.
Stanekzai, que segundo autoridades indianas recebeu treinamento em uma academia militar indiana como oficial afegão na década de 1980, tinha se aproximado informalmente da Índia no mês passado, pedindo-lhe que não fechasse sua embaixada.