Putin: 'O que está acontecendo em Donbass é parecido com um genocídio'
15:54 09.12.2021 (atualizado: 06:45 10.12.2021)
© AP Photo / Grigory Sysoev/KremlinPresidente russo Vladimir Putin na cerimônia de apresentação de credenciais dos embaixadores em Moscou, Rússia, 1º de dezembro de 2021
© AP Photo / Grigory Sysoev/Kremlin
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Territórios nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, foram lançadas à guerra civil na primavera de 2014. O confronto matou 31 mil pessoas, e outras milhões fugiram de suas casas.
Em reunião do conselho para o desenvolvimento da sociedade civil e dos direitos humanos nesta quinta-feira (9), o presidente russo Vladimir Putin disse que a situação em Donbass se assemelha a um genocídio.
"Podemos ver claramente e saber o que está acontecendo em Donbass agora. Isso, é claro, se assemelha muito a um genocídio, sobre o qual você mencionou", disse Putin, falando com Kirill Vyshinsky, jornalista russo e ucraniano e ex-diretor da agência RIA Novosti Ucrânia.
Putin sugeriu que o sentimento anti-Rússia era o primeiro passo para o genocídio e enfatizou que é preciso "agir com muito cuidado para não desvalorizar o significado desses conceitos".
© Sputnik / Acessar o banco de imagensAgentes dos serviços de segurança trabalham no local de uma explosão em Lugansk, na região ucraniana de Donbass
Agentes dos serviços de segurança trabalham no local de uma explosão em Lugansk, na região ucraniana de Donbass. Foto de arquivo
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/ Infelizmente, disse ele, "os conceitos devem refletir a realidade dos eventos que ocorrem no terreno. Vamos pensar sobre isso", pediu.
Os comentários do presidente da Rússia fazem coro às declarações, feitas também nesta quinta-feira (9), da representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova. Segundo ela, a União Europeia se juntou ao processo de militarização da Ucrânia.
A representante notou que Kiev, com apoio do Ocidente, tenta passar a responsabilidade para a Rússia, enquanto Moscou é apenas um mediador no processo de pacificação.
As autoridades ucranianas começaram em abril de 2014 uma operação militar contra as repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk, que declararam sua independência após o golpe de Estado em Kiev em fevereiro de 2014.
Moscou alega repetidamente que Kiev não cumpre os Acordos de Minsk e arrasta as negociações de paz, enquanto a OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) desloca suas tropas e material para as fronteiras da Rússia.
As observações do presidente russo ocorrem em meio a uma atmosfera de tensões e temores sobre uma guerra na Ucrânia, enquanto a Rússia e o Ocidente acusam-se de promover operações militares na região.
Nas últimas semanas, Washington e seus aliados acusaram Moscou de puxar tropas para a fronteira com a Ucrânia.
A Rússia rejeitou as alegações, enquanto expressava preocupações próprias de que Kiev pode tentar resolver o conflito de Donbass, usando armas anti-tanque avançadas e drones fornecidos pelos EUA e pela Turquia.