Enterro de bebê mais antigo da Europa revela novas informações sobre rituais funerários (FOTOS)
© Foto / Jamie Hodkins, PhD, CU DenverPesquisadores encontram o mais antigo sepultamento de bebê na Europa e a descoberta revela uma sociedade mesolítica que homenageou seus membros mais jovens
© Foto / Jamie Hodkins, PhD, CU Denver
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O achado remete ao início do período mesolítico, época em que há poucos registros arqueológicos de enterros, e aponta para um tratamento funerário aparentemente igualitário entre meninos e meninas.
Uma equipe internacional de cientistas encontrou evidências de uma sociedade mesolítica (termo usado para denominar o período da pré-história que serve de transição entre o Paleolítico e o Neolítico) que respeitava seus membros mais jovens, uma descoberta considerada única sobre o mais antigo sepultamento de bebê já documentado no registro arqueológico europeu.
© Foto / Dominique Meyer/CHEICaverna Arma Veirana, na Itália, onde foram encontrados os restos da garota de 10 mil anos
Caverna Arma Veirana, na Itália, onde foram encontrados os restos da garota de 10 mil anos
© Foto / Dominique Meyer/CHEI
Em estudo publicado na revista Nature, na terça-feira (14), os pesquisadores analisaram os restos mortais de uma criança, chamada de "Neve", em uma caverna em Luguria, Itália. O resultado das análises estabeleceu que a criança teria morrido entre 40 e 50 dias após seu nascimento, tendo sido enterrada junto com ornamentações funerárias que datam de mais de 10.000 anos.
A descoberta trouxe informações sobre o início do período mesolítico, do qual há poucos registros de sepultamentos.
© Foto / Hodgkins, J., Orr, C.M., Gravel-Miguel, C. et al.Layout de enterro. (A) Imagem fotogramétrica 3D progressiva de cada peça antes da remoção, reconstruindo os ossos e artefatos como estavam no local. (B) Traçado com detalhe demonstrando a posição provável do corpo
Layout de enterro. (A) Imagem fotogramétrica 3D progressiva de cada peça antes da remoção, reconstruindo os ossos e artefatos como estavam no local. (B) Traçado com detalhe demonstrando a posição provável do corpo
"Há um bom registro de sepultamentos humanos de cerca de 14.000 anos atrás", disse um dos autores da pesquisa, Jamie Hodgkins. "Mas o final do período do Paleolítico Superior e o início do período Mesolítico são menos conhecidos quando se trata de práticas de sepultamento. Os enterros de bebês são especialmente raros, então o bebê Neve adiciona informações importantes para ajudar a preencher essa lacuna", observou o pesquisador.
Os enfeites encontrados sugerem que cada peça foi preparada com cuidado particular e mostram que muitas delas exibem um certo desgaste, o que indicaria que foram presentes do grupo para a criança falecida. O mais interessante da descoberta é que os cientistas foram capazes de identificar um tratamento fúnebre aparentemente igualitário entre meninas e meninos daquela sociedade.