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Diretor-geral da Rossiya Segodnya adverte Ocidente que Ucrânia pode ver repetição de Crise do Caribe

© AFP 2023 / Yuriy DyachyshynMilitares da Ucrânia participando de exercícios militares com os EUA e outros países da OTAN perto de Lvov, Ucrânia, 24 de setembro de 2021
Militares da Ucrânia participando de exercícios militares com os EUA e outros países da OTAN perto de Lvov, Ucrânia, 24 de setembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 20.12.2021
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A Rússia não ficará sem resposta se o Ocidente promover a adesão da Ucrânia à OTAN e aproveitar o território do país para ter forças militares junto do território russo, disse o diretor-geral da agência de notícias Rossiya Segodnya.
A Rússia está 100% pronta para usar a força se o Ocidente ultrapassar as "linhas vermelhas" definidas por Moscou, afirmou na segunda-feira (20) Dmitry Kiselev, diretor-geral da agência de notícias Rossiya Segodnya, em entrevista à emissora BBC.

"100%, pois para a Rússia isso é uma questão de vida ou de morte", disse Kiselev respondendo à pergunta se a Rússia o poderá fazer "em defesa dessas 'linhas vermelhas'", e instou a OTAN a não criar uma situação em que um voo de um míssil dos Estados-membros do bloco até a Rússia seja uma questão de minutos.

Steve Rosenberg, entrevistador da BBC, questionou a razão de as "ex-repúblicas soviéticas" como Cazaquistão, Azerbaijão e Moldávia serem impedidas de ter algum tipo de relação com a OTAN.
Panorama da sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia e as torres do Kremlin em Moscou, Rússia, 26 de abril de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 17.12.2021
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Kremlin: EUA não querem reconhecer preocupações da Rússia sobre 'linhas vermelhas' na Ucrânia
"Os países tiveram ou não tiveram a sorte de estar situados ao lado da Rússia, mas é esta a realidade histórica, eles não vão a lado nenhum [...] Também podemos dizer que o México teve ou não teve sorte de estar situado ao lado dos EUA [...] Mas seria bom, mesmo assim, harmonizar interesses e não colocar a Rússia em uma situação em que o tempo de voo até ela é de quatro minutos", observou Kiselev.
Kiselev afirmou que o Ocidente não deve criar ameaças para evitar o começo de uma guerra atômica, e advertiu contra a repetição de uma Crise do Caribe.

"Se estamos falando da adesão da Ucrânia à OTAN ou do aproveitamento militar do território ucraniano, então colocaremos o cano de nossa pistola contra a cabeça dos EUA. Temos a possibilidade técnico-militar, a Rússia tem as melhores armas do mundo, hipersônicas [...] com o mesmo tempo de voo que terão as armas americanas ou britânicas do território da Ucrânia a Moscou, até o território da Rússia. Será uma situação similar à Crise do Caribe, mas agora com um tempo de voo diferente."

Na opinião do diretor-geral da agência de notícias Rossiya Segodnya, isso seria uma escolha do Ocidente, porque a Rússia não quer isso.

Tensões Rússia-OTAN

Em 7 de dezembro, Vladimir Putin e Joe Biden, presidentes da Rússia e dos EUA, respetivamente, realizaram uma conversa virtual, durante a qual Biden demonstrou preocupação sobre a situação em torno da Ucrânia e exortou a uma solução diplomática, indicou a Casa Branca.
Putin, por sua vez, disse ao presidente norte-americano que a Ucrânia não está cumprindo os Acordos de Minsk para avançar a paz na região e está sabotando os acordos, ao mesmo tempo que a OTAN faz tentativas perigosas de construir infraestruturas militares no país e aumentar a militarização junto das fronteiras da Rússia. O presidente russo explicou que as "linhas vermelhas" são a continuação do avanço da OTAN para o leste e o destacamento de armamentos ofensivos na Ucrânia.
Bandeiras da Rússia e dos EUA com o logotipo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ao fundo - Sputnik Brasil, 1920, 17.12.2021
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MRE da Rússia divulga projeto de acordo com EUA e OTAN sobre garantias de segurança
Na sexta-feira (17) o Ministério das Relações Exteriores da Rússia publicou um projeto de acordo entre a Rússia, os EUA e a OTAN sobre as garantias de segurança mútuas, que já foi entregue a Washington e seus aliados. Uma das disposições inclui a garantia de não-alargamento da Aliança Atlântica para leste de seus atuais Estados-membros.
Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores russo, observou que se o Ocidente não responder rapidamente a estas exigências, a Rússia será obrigada a dar "uma resposta técnico-militar".
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