Descoberto no Reino Unido túmulo com família alargada mais antiga do mundo, dizem cientistas (FOTO)
© Foto / Domínio público / Culture VanninLocal de enterro neolítico (imagem referencial)
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Pesquisadores acharam no Reino Unido dezenas de pessoas em um túmulo neolítico, determinando que a grande maioria descendia principalmente de quatro mulheres e de um homem.
Pesquisadores encontraram no Reino Unido evidências de uma família genealógica de há 5.700 anos, a mais antiga no mundo, informou na quarta-feira (22) o jornal The Guardian.
© Foto / Concelho Distrital de Costwold, Inglaterra, Reino Unido / Museu CoriniumExterior do que poderia ter sido Hazleton North, no Reino Unido, de 3700 a.C. a 3600 a.C
Exterior do que poderia ter sido Hazleton North, no Reino Unido, de 3700 a.C. a 3600 a.C
Os resultados do estudo dos ossos e dentes de 35 pessoas em um túmulo neolítico perto de Hazleton, Inglaterra, Reino Unido, revelaram que 27 delas eram familiares biológicos de cinco gerações seguidas de uma família alargada, maioritariamente descendentes de quatro mulheres, todas tendo filhos de um único homem.
"Isso nos diz que a descendência era importante. Quando eles estavam construindo estes túmulos e decidindo quem incluir neles, certamente que neste caso estavam selecionando pessoas que eram familiares próximos das pessoas que foram enterradas lá antes. Eles têm esta ligação próxima a seus ancestrais imediatos, e isso se estende por várias gerações", comentou o dr. Chris Fowler da Universidade de Newcastle, Reino Unido.
O túmulo está dividido em duas áreas em forma de L, e a pesquisa recente também indicou que os mortos eram enterrados de acordo com as mulheres de que descendiam. Isso significa que "estas mulheres de primeira geração eram socialmente significantes nas memórias da comunidade", segundo os cientistas, cujo estudo foi publicado na revista Nature.
Foi também descoberto um número de homens adotados na linhagem, que hoje seriam chamados de enteados, demonstrando a presença de famílias "mistas" inclusive nesse passado remoto.
A equipe de pesquisadores notou também que em estudos semelhantes de túmulos na Irlanda os restos mortais não eram biologicamente relacionados, o que torna a atual descoberta "um resultado bastante extraordinário".
"Era difícil imaginar apenas alguns anos atrás que alguma vez saberíamos sobre estruturas do parentesco neolítico. Mas isto é só o começo, e sem dúvida que há muito mais por ser descoberto em outros sítios na Grã-Bretanha, França Atlântica e outras regiões", promete Ron Pinhasi, da Universidade de Viena, Áustria.
O grupo destas pessoas pré-históricas é um dos primeiros de fazendeiros nas ilhas britânicas, com o túmulo construído cerca de 100 anos após a introdução do cultivo de gado e cereais desde a Europa continental e 700 anos antes da construção do Stonehenge, escreve The Guardian, acrescentando que a comunidade tinha uma dieta rica em proteínas e fazia vasos para armazenar e cozinhar alimentos.