Quais as profissões mais promissoras no Brasil em 2022, apesar da falta de empregos?
20:07 05.01.2022 (atualizado: 08:38 06.01.2022)
© Foto / PixabayFoto ilustrativa de profissionais em ambiente de trabalho
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Em entrevista à Sputnik Brasil, especialista na área de recursos humanos aponta ramos profissionais em alta no país neste ano e indica estratégias para quem deseja se qualificar para encontrar ou trocar de emprego.
Não existe receita perfeita, mas há, sim, melhores caminhos e estratégias que vão ajudar quem está sem emprego a encontrar um lugar ao sol no mercado de trabalho.
Após atingir o patamar recorde de 14,7% em 2021, a taxa de desemprego no país caiu para 12,1%, no trimestre encerrado em outubro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por outro lado, o rendimento real habitual, agora de R$ 2.449, recuou 4,6% com relação ao trimestre anterior e 11,1% frente a igual período de 2020.
Já a taxa de informalidade subiu para 40,7% da população ocupada, englobando 38,2 milhões de trabalhadores. No trimestre anterior, eram 40,2% e, no mesmo trimestre de 2020, 38,4% de pessoas com trabalho informal.
Mas, afinal, há alguma área profissional com boas perspectivas?
Apesar da conjuntura econômica do país, a presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil), Eliane Ramos, aponta saídas para driblar a concorrência em meio à falta de estímulos do Estado ao emprego.
Segundo a especialista, é possível apontar ramos profissionais mais promissores.
Ela explica que as áreas de finanças, investimentos e controladoria serão cada vez mais valorizadas, pois o mundo e o país vivem um momento em que é fundamental "ajustar custos e fazer mais com menos".
"A engenharia também está muito em alta nas organizações, porque precisamos olhar para os números e aumentar a sustentabilidade das empresas", indicou Ramos.
Ela cita ainda as áreas de recursos humanos, vendas e marketing como essenciais para trazer soluções a novas demandas da atualidade. Segundo a especialista, as empresas buscam ações e projetos sobre como trabalhar melhor a marca e ajudar clientes.
Por último, a presidente do Conselho Deliberativo da ABRH Brasil lembra que a área de tecnologia também dará muitas oportunidades devido a "uma escassez cada vez maior".
"Há muitas dificuldade das empresas em encontrar profissionais qualificados. Não podemos esquecer que vivemos na era da tecnologia e do conhecimento. Precisamos de profissionais capacitados e atualizados", afirmou.
Habilidades comportamentais
Muitas pessoas, com a falta de valorização e perspectivas em suas próprias áreas de atuação, passaram a buscar novos rumos profissionais.
Para realizar o movimento, porém, a especialista em RH alerta que é preciso estar atento às transformações e às exigências do novo mundo após o início da pandemia. Se antes já se requisitava agilidade, criatividade e multifuncionalidade, agora há mais ingredientes trazidos ou impulsionados pela pandemia de COVID-19.
"O home office deixa de ser uma tendência e vira uma realidade. Não existe mais fronteiras. Algumas empresa vão continuar sua cultura como indústria, de comando e controle, mas para alguns cargos, entramos na era da confiança e da autorresponsabilidade", disse Ramos.
© Folhapress / Denny Cesare/Código 19Movimentação em agência de emprego, na cidade de Campinas, São Paulo. Folho de arquivo
Movimentação em agência de emprego, na cidade de Campinas, São Paulo. Folho de arquivo. Foto de arquivo
© Folhapress / Denny Cesare/Código 19
Para ela, as principais tendências de recrutamento para 2022 vão depender não só das capacidades técnicas, mas "fundamentalmente das habilidades comportamentais".
A especialista indica que os profissionais precisam se capacitar com conceitos de inteligência emocional e de empatia e aprimorar o trabalho em equipe. A especialista diz que é importante ainda entender a diferença entre profissão e carreira.
"Profissão é o conceito que aprendemos na escola e carreira é aquela que optamos seguir. Enquanto a primeira está relacionada ao que se estuda, a segunda é o caminho a se escolher", disse Ramos, explicando que cursou psicologia, mas não seguiu para a área clínica, e sim para o universo corporativo.
Como se planejar para o mercado desde a faculdade
Com o desemprego alto e a maior concorrência no mercado de trabalho, quem possui menos experiência larga atrás. É o caso dos jovens recém-formados. A quantidade dos chamados "nem-nem", ou seja, pessoas que nem estudam, nem trabalham, disparou durante a pandemia.
Segundo levantamento da consultoria IDados, publicado pelo jornal Estadão, 12,3 milhões de jovens de até 29 anos estavam nesta situação até o segundo trimestre de 2021. O número representa 30% do total de pessoas nesta faixa etária.
A pesquisa aponta que houve um incremento de 800.000 pessoas neste grupo com a pandemia. No primeiro semestre de 2019, a taxa de "nem-nem" era de 27,9%.
Uma dica da especialista para evitar que mais jovens caiam na mesma armadilha é buscar fazer "um bom networking com colegas e professoras da faculdade", saber utilizar as redes sociais em prol do trabalho e aproveitar sites de buscas de emprego.
Além disso, ela aponta que é fundamental elaborar um bom currículo, direto e objetivo, com português claro e correto.
"Nas redes, é importante desenvolver uma marca pessoal, entendendo sobre o que se fala no mundo atual. É preciso também se preparar para entrevistas, ser coerente nas respostas e trazer as experiências, mesmo as da faculdade, de escola ou de intercâmbios. E é fundamental confiar em si para passar esta impressão ao recrutador", pontuou.
Ramos aconselha ainda que os jovens busquem o aprendizado constante, entendendo novas ferramentas digitais e realizando cursos on-line gratuitos.
"O aprendizado constante é fundamental para o sucesso em qualquer profissão. Várias empresas dizem que terão dificuldades de encontrar essas pessoas no mercado. Então, foque na área de tecnologia, na formação de novos conhecimentos e em se adaptar a mudanças", indicou.