EUA não reduzirão presença na Europa, mas podem discutir com Rússia temas de mísseis e exercícios
17:30 08.01.2022 (atualizado: 20:22 08.01.2022)
© AP Photo / Pavlo PalamarchukMilitares participam de manobras no campo de treino Yavoriv, perto de Lvov, Ucrânia, 24 de setembro de 2021
© AP Photo / Pavlo Palamarchuk
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Em uma declaração, o Pentágono afirmou que o número de militares que os EUA têm no continente europeu não sofrerá uma diminuição, mas declara querer "um diálogo aberto, sincero e sério" com a Rússia.
Os EUA não pretendem reduzir sua presença militar na Europa, informou no sábado (8) John Kirby, porta-voz do Pentágono.
Been some @NBCNews reporting on options the US is considering in advance of talks with Russia. Can state unequivocally that we are NOT weighing cuts to troops in Europe or posture changes there. Also not looking at changing troop numbers in the Baltics and Poland.
— John Kirby (@PentagonPresSec) January 8, 2022
Vêm alguns relatos da [emissora] NBC News sobre as opções que os EUA estão considerando antes das conversações com a Rússia. Posso afirmar inequivocamente que não estamos contemplando cortes de tropas na Europa ou fingindo [realizar] mudanças lá. Também não vamos mudar os números de tropas no Báltico e Polônia.
Apesar disso, Washington pretende fazer propostas à Rússia sobre a implantação de mísseis e a abrangência das manobras militares na Europa, de acordo com o jornal The Washington Post (WP).
Uma das fontes citadas neste sábado (8) indica que os negociadores norte-americanos querem testar a prontidão da Rússia em resolver diplomaticamente a crise em torno da Ucrânia, pretendendo saber se o Kremlin discutirá seriamente a redução de tensões, ou se vai fazer exigências impossíveis como tática de adiamento.
"Nossa intenção é de ter um diálogo aberto, sincero e sério sobre a segurança europeia, com os russos à frente na mesa. Queremos ser inclusivos. Não queremos passar por cima de ninguém", afirmou Michael Carpenter, embaixador dos EUA na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, acrescentando que quer que Moscou explique todas as suas preocupações de segurança, sendo que Washington fará o mesmo.
Outros funcionários dos EUA teriam dito ao WP que não têm a certeza se Vladimir Putin, presidente da Rússia, planeja invadir a Ucrânia, ou se quer uma combinação de ações com o objetivo de obter concessões de segurança de Washington.
Negociações estratégicas Rússia-Ocidente
Delegações da Rússia e dos EUA deverão se encontrar na segunda-feira (10) em Genebra, Suíça, para discutir preocupações de segurança mútuas. Os EUA têm expressado apreensões por uma suposta mobilização militar russa em torno da Ucrânia, enquanto a Rússia quer discutir as ameaças militares vindas das forças da OTAN junto de suas fronteiras, incluindo na Ucrânia.
No final de 2021 o governo da Rússia entregou um projeto de acordo aos EUA e à OTAN, que pretende ser um pré-requisito para um diálogo positivo sobre a segurança europeia. As sugestões incluem a não colocação de armas nucleares nas proximidades dos territórios dos dois lados, e um fim à expansão da Aliança Atlântica para leste, o que faria com que os mísseis da OTAN ficassem a poucos minutos de atingir a capital russa.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica, rejeitou as demandas quanto à expansão, referindo que os países têm todo o direito de aderir à organização militar.