Biden faz nova ameaça e diz que Putin nunca viu sanções como as que os EUA estão preparando agora
18:42 19.01.2022 (atualizado: 23:11 19.01.2022)
© AFP 2023 / Olivier DoulieryO presidente norte-americano Joe Biden após assinar três proclamações em Washington
© AFP 2023 / Olivier Douliery
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Em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19), o presidente dos EUA, Joe Biden, voltou a ameaçar a Rússia, desta vez com sanções "jamais vistas".
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira (19) que seu colega russo, Vladimir Putin, nunca viu sanções como as que serão impostas se as tensões aumentarem na Ucrânia.
Embora tenha subido o tom, o presidente norte-americano acrescentou que, ao discutir o estado das relações bilaterais com a Rússia, ele teve "conversas muito francas" com Putin, e que ambos "não tiveram problemas" em se entender.
Tune in as I hold a press conference. https://t.co/QdyQj3OY9d
— President Biden (@POTUS) January 19, 2022
Sintonize enquanto eu faço uma coletiva de imprensa.
O norte-americano disse acreditar que Putin "não quer uma guerra total". No entanto, Biden afirmou que, no caso de uma invasão contra a Ucrânia, a Rússia seria atingida com consequências que seriam um "desastre".
"Uma coisa é se for uma pequena incursão. Mas, se eles realmente fizerem o que são capazes de fazer, será um desastre para a Rússia, se eles invadirem a Ucrânia", comentou.
Biden voltou a falar do sistema SWIFT, e enfatizou que a enorme pressão das sanções incluiria consequências terríveis para o sistema bancário russo. "Se eles invadirem, eles vão pagar, e seus bancos não poderão negociar em dólares", comentou.
Com sede na Bélgica, a SWIFT é uma vasta rede de mensagens usada por bancos e outras instituições financeiras para enviar e receber instruções de transferência de dinheiro de forma rápida e segura.
Putin, de acordo com Biden, pediu que a Ucrânia nunca se juntasse à OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) ou hospedasse armas nucleares da aliança militar.
© REUTERS / Mídia AssociadaJoe Biden, mantém conversas virtuais com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com a presença do secretário de Estado, Antony Blinken, Washington, 7 de dezembro de 2021
Joe Biden, mantém conversas virtuais com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com a presença do secretário de Estado, Antony Blinken, Washington, 7 de dezembro de 2021. Foto de arquivo
© REUTERS / Mídia Associada
Biden disse acreditar que, dependendo das circunstâncias, é possível tratar a questão das armas nucleares em futuras rodadas diplomáticas, embora a Ucrânia ainda esteja muito longe da adesão à OTAN.
Ele reconheceu que existem certas divergências dentro da OTAN sobre o que os países membros estão dispostos a fazer no caso de uma suposta intervenção russa na Ucrânia.
"É muito importante que mantenhamos todos na OTAN na mesma página, e é isso que estou gastando muito tempo fazendo", disse ele a repórteres. "Há diferenças na OTAN quanto ao que os países estão dispostos a fazer, dependendo do que acontece, o grau em que eles são capazes de ir", comentou.
Em outro momento da entrevista, o presidente dos EUA também avaliou as aspirações geopolíticas da Rússia e de seu presidente: "Ele está tentando encontrar seu lugar no mundo entre a China e o Ocidente", presumiu.
Biden também sugeriu que ainda há a possibilidade de realizar outra cúpula com seu colega russo no futuro, já que ambos os líderes já se encontraram pessoalmente em junho passado, e por videochamada, no mês passado.
As tensões na Ucrânia
Na semana passada, a Rússia realizou várias negociações abrangentes com os EUA, a OTAN e a OSCE na Europa, dedicadas às questões de segurança bilateral e às crescentes tensões na região.
A Rússia foi acusada por países ocidentais e pela Ucrânia de reunir tropas e equipamentos militares perto da fronteira ucraniana nas últimas semanas, o que Kiev interpreta como preparativos para a invasão.
Moscou tem negado repetidamente as acusações de ações agressivas, afirmando que não realiza ameaças e não tem a intenção de atacar nenhum país. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacou que a Rússia está movendo tropas dentro de seu próprio território e a seu critério.
Para ele, todas as declarações sobre a alegada agressão da Rússia estão sendo usadas como justificativa para a OTAN posicionar mais equipamento militar próximo às fronteiras russas.
A Rússia enfatizou repetidamente que a maior expansão da OTAN para o leste desde 1997, bem como a implantação de armas ofensivas em território ucraniano e em países localizados perto da Rússia, são as "linhas vermelhas" para Moscou, como o presidente russo chamou no mês passado.