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Como Marte perdeu seus oceanos?
Como Marte perdeu seus oceanos?
Sputnik Brasil
Cientistas da Universidade de Tóquio apresentam explicação para o fim dos oceanos em Marte. 10.02.2022, Sputnik Brasil
2022-02-10T12:41-0300
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Não há novidade no fato de Marte ter abrigado água e oceanos em seu passado. Isso acontece porque, em parte, há um campo magnético protetor, praticamente semelhante ao da Terra. No entanto, há bilhões de anos, o campo magnético marciano desapareceu, e o planeta perdeu os seus oceanos. Novas pesquisas podem finalmente explicar o porquê deste fenômeno. Pesquisadores no Japão recriaram as condições esperadas no núcleo de Marte há bilhões de anos atrás. Segundo a publicação, o professor Kei Hirose, da Universidade de Tóquio, explicou que "o campo magnético da Terra é impulsionado por correntes de convecção inconcebivelmente enormes de metais fundidos em seu núcleo". Acredita-se que os campos magnéticos em outros planetas funcionem da mesma maneira. Porém, "embora a composição interna de Marte ainda não seja conhecida, evidências de meteoritos sugerem que é ferro fundido enriquecido com enxofre", comentou. Com base nessas informações, foi conduzido um experimento para constituir o núcleo de Marte. Foi feita uma amostra de material contendo ferro, enxofre e hidrogênio, Fe-SH. Os cientistas colocaram essa amostra entre dois diamantes e a comprimiram enquanto a aqueciam com um laser infravermelho. Isso foi para simular a temperatura e pressão estimadas no núcleo. Observações de amostras com raios-X e feixes de elétrons permitiram à equipe visualizar o que estava acontecendo durante a fusão sob pressão e até mapear como a composição da amostra mudou durante esse período."Ficamos muito surpresos ao ver um comportamento particular que poderia explicar muito. O Fe-SH inicialmente homogêneo se separou em dois líquidos distintos com um nível de complexidade nunca antes visto sob esse tipo de pressão", disse Hirose. O ferro líquido rico em hidrogênio e pobre em enxofre, sendo menos denso, teria se elevado acima do ferro líquido mais denso, rico em enxofre e pobre em hidrogênio, causando correntes de convecção. Essas correntes, semelhantes às da Terra, teriam acionado um campo magnético capaz de manter o hidrogênio em uma atmosfera ao redor de Marte, o que, por sua vez, permitiria que a água existisse como um líquido. No entanto, não foi para durar. Ao contrário das correntes de convecção interna da Terra, que são extremamente duradouras, uma vez que os dois líquidos se separaram completamente, não haveria mais correntes para conduzir um campo magnético. E quando isso aconteceu, o hidrogênio na atmosfera foi expelido para o espaço pelo vento solar, levando à quebra do vapor de água e, eventualmente, à evaporação dos oceanos marcianos. E tudo isso teria ocorrido cerca de 4 bilhões de anos atrás.E se você está pensando que a Terra poderia um dia perder seu campo magnético também, não não se preocupe. "Isso não vai acontecer por pelo menos um bilhão de anos", garante Hirose.
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Como Marte perdeu seus oceanos?
Cientistas da Universidade de Tóquio apresentam explicação para o fim dos oceanos em Marte.
Não há novidade no fato de Marte ter abrigado água e oceanos em seu passado. Isso acontece porque, em parte, há um campo magnético protetor, praticamente semelhante ao da Terra.
No entanto, há bilhões de anos,
o campo magnético marciano desapareceu, e o planeta
perdeu os seus oceanos.
Novas pesquisas podem finalmente explicar o porquê deste fenômeno. Pesquisadores no Japão
recriaram as condições esperadas no núcleo de Marte há bilhões de anos atrás.
Segundo a publicação, o professor Kei Hirose, da Universidade de Tóquio, explicou que "o campo magnético da Terra é impulsionado por correntes de convecção inconcebivelmente enormes de metais fundidos em seu núcleo".
28 de janeiro 2022, 08:13
Acredita-se que os campos magnéticos em outros planetas funcionem da mesma maneira. Porém, "embora a composição interna de Marte ainda não seja conhecida, evidências de meteoritos sugerem que é ferro fundido enriquecido com enxofre", comentou.
Com base nessas informações, foi conduzido um experimento para constituir o núcleo de Marte. Foi feita uma amostra de material contendo ferro, enxofre e hidrogênio, Fe-SH.
Os cientistas colocaram essa amostra entre dois diamantes e a comprimiram enquanto a aqueciam com um laser infravermelho. Isso foi para simular a temperatura e pressão estimadas no núcleo.
Observações de amostras com raios-X e feixes de elétrons permitiram à equipe visualizar o que estava acontecendo durante a fusão sob pressão e até mapear como a composição da amostra mudou durante esse período.
"Ficamos muito surpresos ao ver um comportamento particular que poderia explicar muito. O Fe-SH inicialmente homogêneo se separou em dois líquidos distintos com um nível de complexidade nunca antes visto sob esse tipo de pressão", disse Hirose.
"Um dos líquidos de ferro era rico em enxofre, o outro rico em hidrogênio, e isso é a chave para explicar o nascimento e, eventualmente, a morte do campo magnético em torno de Marte", afirmou.
O ferro líquido rico em hidrogênio e pobre em enxofre, sendo menos denso, teria se elevado acima do ferro líquido mais denso, rico em enxofre e pobre em hidrogênio, causando correntes de convecção.
Essas correntes, semelhantes às da Terra, teriam acionado um campo magnético capaz de manter o
hidrogênio em uma atmosfera ao redor de Marte, o que, por sua vez, permitiria que a
água existisse como um líquido.
No entanto, não foi para durar. Ao contrário das correntes de convecção interna da Terra, que são extremamente duradouras, uma vez que os dois líquidos se separaram completamente, não haveria mais correntes para conduzir um campo magnético.
E quando isso aconteceu, o hidrogênio na atmosfera foi expelido para o espaço pelo vento solar, levando à quebra do vapor de água e, eventualmente, à evaporação dos oceanos marcianos. E tudo isso teria ocorrido cerca de 4 bilhões de anos atrás.
E se você está pensando que a Terra poderia um dia perder seu campo magnético também, não não se preocupe. "Isso não vai acontecer por pelo menos um bilhão de anos", garante Hirose.