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Retórica belicosa dos EUA dificulta negociações entre Kiev e Moscou, diz analista
Retórica belicosa dos EUA dificulta negociações entre Kiev e Moscou, diz analista
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Quaisquer tentativas feitas pela Ucrânia para discutir a desescalada com a Rússia ou para criar um ambiente propício para negociações enfrentam uma forte... 16.02.2022, Sputnik Brasil
2022-02-16T04:53-0300
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"A postura ucraniana não importa. Como os últimos dias provaram, nem o presidente Biden nem a grande mídia no Ocidente se preocupam com a perspetiva ucraniana", comentou Adriel Kasonta, analista de relações exteriores baseado em Londres e ex-presidente da Comissão de Assuntos Internacionais no think tank Bow Group. Notando que o presidente ucraniano Vladimir Zelensky contradiz as alegações de Biden sobre uma potencial invasão russa nos próximos dias, Kasonta observa que "ninguém parecia prestar muita atenção ao que ele [Zelensky] estava dizendo". "Como sabemos, todas as informações sobre a alegada invasão e a guerra têm vindo da inteligência dos EUA, não da Ucrânia", ressaltou. Na segunda-feira (14) o embaixador ucraniano no Reino Unido, Vadim Pristaiko, disse que Kiev "poderia concordar" em não se juntar à OTAN se isso ajudasse a acalmar a crise com a Rússia. "Se tivermos que passar por algumas concessões sérias – isso é algo que podemos fazer, com certeza", acrescentou o diplomata. No entanto, os comentários de Pristaiko foram rapidamente corrigidos pela chancelaria ucraniana, com o porta-voz Oleg Nikolenko escrevendo no Twitter que as palavras de Pristaiko foram "tiradas do contexto". Para Kasonta, a postura forte de Biden contra Moscou e Pequim é essencial para manter sua administração à tona. "Biden está desesperado para encontrar seu lugar na história, e essa ousadia barata é como ele vai ser lembrado além do chamado mundo ocidental", acrescentou, observando que o "mesmo se aplica a Boris Johnson no Reino Unido".
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Retórica belicosa dos EUA dificulta negociações entre Kiev e Moscou, diz analista
04:53 16.02.2022 (atualizado: 05:18 16.02.2022) Quaisquer tentativas feitas pela Ucrânia para discutir a desescalada com a Rússia ou para criar um ambiente propício para negociações enfrentam uma forte oposição dos EUA e do Reino Unido, cujos governos continuam a sua retórica belicosa para obter "pontos políticos fáceis", disse à Sputnik um analista britânico de relações exteriores.
"A postura ucraniana não importa. Como os últimos dias provaram, nem o
presidente Biden nem a grande mídia no Ocidente se preocupam com a perspetiva ucraniana", comentou Adriel Kasonta, analista de relações exteriores baseado em Londres e ex-presidente da Comissão de Assuntos Internacionais no think tank Bow Group.
Notando que o presidente ucraniano Vladimir Zelensky contradiz as alegações de Biden sobre uma potencial invasão russa nos próximos dias, Kasonta observa que "ninguém parecia prestar muita atenção ao que ele [Zelensky] estava dizendo". "Como sabemos, todas as informações sobre a alegada invasão e a guerra têm vindo da
inteligência dos EUA, não da Ucrânia", ressaltou.
"Os falcões [os que defendem o uso da força militar] ucranianos reconheceram a nova realidade muito antes do impasse atual, mas temos que entender que eles nunca foram verdadeiros donos de seu próprio destino. O fato de que o embaixador da Ucrânia em Londres foi forçado a recuar em seus comentários anteriores feitos à BBC de que o seu país está disposto a ser flexível na sua ambição de se juntar à OTAN prova o meu ponto de vista. Kiev é apenas mais um peão no grande tabuleiro de xadrez usado pelos EUA para avançar seus objetivos na Europa Oriental", disse o analista.
Na segunda-feira (14) o embaixador ucraniano no Reino Unido, Vadim Pristaiko, disse que Kiev "poderia concordar" em não se juntar à OTAN se isso ajudasse a acalmar a crise com a Rússia.
"Se tivermos que passar por algumas concessões sérias – isso é algo que podemos fazer, com certeza", acrescentou o diplomata. No entanto, os comentários de Pristaiko foram rapidamente corrigidos pela chancelaria ucraniana, com o porta-voz Oleg Nikolenko
escrevendo no Twitter que as palavras de Pristaiko foram "tiradas do contexto".
15 de fevereiro 2022, 18:20
Para Kasonta, a postura forte de Biden contra Moscou e Pequim é essencial para manter sua administração à tona.
"A Rússia cumpre o papel de unificador perene na política interna dos EUA uma vez que todos parecem estar de acordo com a retórica populista da Guerra Fria de 'democracia versus autocracia' de Biden, o que lhe permite recuperar o papel de líder do mundo livre", observou o analista. "Isso significa muito para eles, uma vez que anseiam por reivindicar a superioridade moral sobre a Rússia", bem como sobre a China.
"Biden está desesperado para encontrar seu lugar na história, e essa ousadia barata é como ele vai ser lembrado além do chamado mundo ocidental", acrescentou, observando que o "mesmo se aplica a Boris Johnson no Reino Unido".