Sanções à Rússia afetarão economia global e causarão danos a todos os países, diz premiê da China
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Nesta sexta-feira (11), o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, afirmou que as sanções aplicadas contra a Rússia terão um impacto negativo na recuperação da economia global após a pandemia da COVID-19.
Segundo a declaração do premiê chinês, as medidas aplicadas contra Moscou causarão danos a todos os países.
"A economia global já está sob o ônus negativo da pandemia, as sanções afetarão a recuperação da economia global e não serão lucrativas para nenhum país", afirmou.
Keqiang demonstrou preocupação com a situação na Ucrânia e defendeu esforços para garantir o diálogo entre as partes envolvidas. Essa posição vem sendo defendida por Pequim desde o início, que através de sua diplomacia aponta que as demandas russas precisam ser ouvidas.
"A situação atual na Ucrânia é realmente preocupante, é necessário fazer todos os esforços para apoiar as negociações russo-ucranianas para superar as diferenças e encontrar uma solução pacífica", disse.
O premiê chinês disse ainda que a China continuará a trabalhar com a comunidade internacional para restaurar a paz. Em encontro virtual recente, o presidente chinês, Xi Jinping, defendeu a resolução pacífica da questão durante conversa com seu equivalente francês, Emmanuel Macron, e alemão, Olaf Scholz.
© REUTERS / BENOIT TESSIERPresidente da China, Xi Jinping, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, durante cúpula em formato de videoconferência sobre a crise ucraniana, 8 de março de 2022
Presidente da China, Xi Jinping, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, durante cúpula em formato de videoconferência sobre a crise ucraniana, 8 de março de 2022
© REUTERS / BENOIT TESSIER
"A situação atual na Ucrânia está chamando a atenção de toda a comunidade internacional. A China também está profundamente preocupada. Esperamos que a situação na Ucrânia seja resolvida e que a paz seja restaurada o mais rápido possível", disse.
Com base nos princípios de respeito mútuo e benefício mútuo, a China "desenvolverá relações de cooperação com todas as partes e garantirá mais estabilidade no mundo", acrescentou o primeiro-ministro.
Rússia é o país mais sancionado do mundo
Na madrugada do dia 24 de fevereiro, a Rússia anunciou o início de uma operação militar especial na Ucrânia após pedido das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL, respectivamente).
A medida ampliou o ritmo de sanções econômicas contra Moscou, que já vinha sofrendo reprimendas do tipo após o reconhecimento da independência da RPD e da RPL desde alguns dias antes da deflagração da operação.
© REUTERS / Kevin LamarqueO presidente dos EUA, Joe Biden, anuncia sanções contra a Rússia, durante discurso na Casa Branca, em Washington, em 8 de março de 2022
O presidente dos EUA, Joe Biden, anuncia sanções contra a Rússia, durante discurso na Casa Branca, em Washington, em 8 de março de 2022
© REUTERS / Kevin Lamarque
As sanções anunciadas pelos EUA e seus aliados tornaram a Rússia o país mais sancionado do mundo e incluem as reservas internacionais russas, além do banimento do petróleo russo por Washington. Entre as consequências da medida está o aumento no preço internacional do combustível fóssil, o que impacta virtualmente o mundo todo.