Brasil convida União Europeia pela 1ª vez para observar eleições nacionais
21:06 11.04.2022 (atualizado: 18:20 12.04.2022)
© Folhapress / Pedro LadeiraUrna eletrônica no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), em Brasília, em 19 de setembro de 2018.
© Folhapress / Pedro Ladeira
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou a União Europeia (UE) pela primeira vez para observar suas eleições gerais neste ano, revelou o órgão à agência Reuters nesta segunda-feira (11).
"A OEA já foi convidada antes para observar as eleições de 2018 e 2020. Neste ano, estamos convidando outras instituições", disse à agência uma fonte do TSE que pediu anonimato.
O tribunal informou ainda que convidou outros grupos e instituições internacionais para montar missões de observação eleitoral, incluindo a Organização dos Estados Americanos (OEA), a ONG Carter Center, o parlamento do bloco comercial sul-americano Mercosul e a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES, na sigla em inglês), com sede em Washington. Segundo a autoridade eleitoral, os convites ainda estão sendo negociados.
O vice-presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, que lida com a política externa da UE, respondeu ao convite no mês passado. Ele agradeceu ao TSE e afirmou que precisava consultar os 27 Estados-membros do bloco e o Parlamento Europeu, segundo disse à Reuters uma pessoa com conhecimento do assunto.
© REUTERS / Yves HermanJosep Borrell, chefe das relações exteriores da União Europeia, durante coletiva de imprensa em torno da operação militar especial da Rússia na Ucrânia em Bruxelas, Bélgica, 28 de fevereiro de 2022.
Josep Borrell, chefe das relações exteriores da União Europeia, durante coletiva de imprensa em torno da operação militar especial da Rússia na Ucrânia em Bruxelas, Bélgica, 28 de fevereiro de 2022.
© REUTERS / Yves Herman
De acordo com a agência, a UE planeja enviar uma missão ao Brasil em maio para avaliar a viabilidade de ser um observador oficial nas eleições gerais de outubro.
A embaixada da UE em Brasília se recusou a comentar, e o gabinete do presidente Jair Bolsonaro não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência.
Bolsonaro, por diversas vezes, criticou o sistema eleitoral brasileiro, afirmando que o modelo é suscetível a fraudes e sugerindo a volta às cédulas de papel. Ele questiona a independência do TSE, cujos principais membros são ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que têm rebatido as declarações do presidente sobre o sistema de votação eletrônica do Brasil.
Pesquisas de opinião recentes mostram que Bolsonaro está bem atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o último levantamento do Datafolha, o petista tem 43% das intenções de voto, contra 26% do atual presidente. Os demais candidatos não chegam aos dois dígitos.
22 de fevereiro 2022, 15:17