Rússia não deixou de pagar dívida externa, tudo deve ser tratado com EUA, diz ministro das Finanças
09:01 12.04.2022 (atualizado: 10:07 12.04.2022)
© AP Photo / Alexander Zemlianichenko
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A Rússia fez o último pagamento de seus eurobônus em 4 de abril em rublos, porque os bancos que administram esses pagamentos se recusam a converter a moeda do país em dólares. Os bancos rejeitaram a operação, citando as sanções dos EUA impostas à Rússia por sua operação especial militar na Ucrânia.
O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, chamou as informações divulgadas pela CNN sobre a inadimplência da Rússia em sua dívida externa de "incorretas". Ele elaborou que as perguntas sobre por que os investidores, incluindo americanos, não receberam seus pagamentos devem ser encaminhadas ao governo dos EUA e aos bancos americanos, que se recusaram a converter os rublos em dólares – a moeda em que os eurobônus russos devem ser pagos.
"As ações ilegais dos bancos americanos e do governo dos EUA, que interromperam os pagamentos da Rússia em moeda estrangeira, impediram o recebimento desses pagamentos por alguns investidores estrangeiros", explicou Siluanov.
A CNN divulgou anteriormente informações sobre a inadimplência da Rússia em relação à sua dívida externa após a decisão da agência S&P, que havia retirado todas as avaliações financeiras relacionadas à Rússia, de baixar a avaliação de crédito do país para SD (omissão seletiva). SD é diferente de inadimplência geral, relatada pela emissora, pois esta sugere que o governo não está pagando nenhuma de suas dívidas, o que não é o caso da Rússia.
"Inadimplência significa que o devedor não tem fundos para cumprir as suas obrigações de dívida ou não está disposto a pagar a dívida enquanto possui os fundos necessários. Não é o caso da dívida russa", disse Siluanov.
Apesar de todas as tentativas de fazer os pagamentos dos eurobônus com os seus fundos em moeda estrangeira nos EUA e na UE, a Rússia não o fez devido às ações dos bancos estrangeiros. Moscou canalizou o equivalente em rublos para os pagamentos devidos a estes bancos, mas estes recusaram-se a convertê-los em dólares para os detentores da dívida, citando as sanções dos EUA.
