Novatek diz que protegerá seus interesses na Polônia após imposições do governo
15:40 29.04.2022 (atualizado: 17:23 29.04.2022)
© AFP 2023 / Natalia KolesnikovaFábrica da Novatek na vila de Belokamenka, na região de Murmansk, Rússia, 29 de novembro de 2021.
© AFP 2023 / Natalia Kolesnikova
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A Novatek pretende proteger seus interesses na Polônia e está pronta para retomar sua entrega de gás aos consumidores, que não devem sofrer com ações das autoridades polonesas, afirmou o porta-voz da empresa russa nesta sexta-feira (29).
No início desta semana, a Polônia impôs sanções a 50 indivíduos e entidades russas, incluindo a Novatek. Com isso, dezenas de distritos do país ficaram sem gás liquefeito, fornecido pela Novatek Green Energy.
Agora o governo polonês está obrigando a subsidiária da Novatek a transferir sua própria infraestrutura de transporte de gás para empresas locais.
"Vamos proteger os nossos interesses no quadro da legislação em vigor", afirmou o porta-voz.
As autoridades polonesas argumentam que a Novatek Green Energy, de acordo com uma lei sobre gestão de crises, é obrigada a transferir suas redes para empresas estatais do país, que a substituiriam no fornecimento de gás a áreas anteriormente contempladas pelos serviços da companhia.
Em resposta, o porta-voz afirmou que "nossa divisão na Polônia está pronta para retomar o fornecimento o mais rápido possível".
"Na situação atual, os consumidores finais não devem sofrer", disse ele.
© Janek SkarzynskiPlaca com a inscrição "Uwaga gaz!" ("Atenção! Gás") em ponto de transmissão de gás em Rembelszczyzna, perto de Varsóvia, em 27 de abril de 2022.
Placa com a inscrição "Uwaga gaz!" ("Atenção! Gás") em ponto de transmissão de gás em Rembelszczyzna, perto de Varsóvia, em 27 de abril de 2022.
© Janek Skarzynski
Polônia pede 'consequências' sobre países que pagarem gás em rublos
Polônia e Bulgária tiveram o fornecimento de gás cortado pela também russa Gazprom após se recusarem a pagar o combustível em rublos.
Além de rejeitar o meio de pagamento, Varsóvia afirmou, na quinta-feira (28), que a União Europeia (UE) deveria penalizar as nações que aceitassem as novas condições de Moscou, segundo noticiou a Reuters.
"Hoje o que está faltando são sanções totais sobre o gás, que resolveriam o problema com a Gazprom. Esperamos essas sanções", disse Anna Moskwa, ministra do Clima e do Meio Ambiente da Polônia, citada pela mídia.
Segundo a ministra, o governo polonês defende que os países que pagarem o combustível em rublos sofram consequências para que recuem da decisão.
Moskwa não entrou em detalhes sobre as eventuais consequências, mas apontou que os principais países-membros da UE que resistem a sanções mais duras contra a Rússia são "Áustria, Alemanha e Hungria".