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Sauditas falam em 'descompromisso' e estão 'decepcionados' com os EUA, diz príncipe

© AP Photo / Lolita BaldorO general da Marinha dos EUA Frank McKenzie, principal comandante do país para o Oriente Médio, chega a Riad, capital da Arábia Saudita, em 23 de maio de 2021.
O general da Marinha dos EUA Frank McKenzie, principal comandante do país para o Oriente Médio, chega a Riad, capital da Arábia Saudita, em 23 de maio de 2021. - Sputnik Brasil, 1920, 02.05.2022
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A Arábia Saudita se sente "decepcionada" com a disposição dos Estados Unidos em lidar com ameaças de segurança no Oriente Médio.
Em entrevista publicada pela Arab News, o príncipe saudita Turki al-Faisal lamentou a falta de ímpeto dos EUA para reduzir ameaças de segurança na região do golfo Pérsico.
Citando o movimento houthi do Iêmen, alinhado ao Irã, o membro da família real saudita e ex-chefe de inteligência disse que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos se irritaram com o que consideram um declínio do compromisso dos EUA no Oriente Médio.
"Os sauditas consideram o relacionamento estratégico, mas [sentem-se] decepcionados em um momento em que pensávamos que os Estados Unidos e a Arábia Saudita deveriam estar juntos para enfrentar o que consideramos ser um conjunto não apenas irritante, mas perigoso para o mundo e para a estabilidade e a segurança da área", disse o príncipe Turki al-Faisal, referindo-se aos ataques de mísseis e drones houthis.
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Laços tradicionalmente fortes entre Riad e Washington foram abalados após o assassinato, em 2018, do jornalista Jamal Khashoggi nas mãos de agentes sauditas e pela ruinosa guerra no Iêmen, na qual uma coalizão liderada pela Arábia Saudita luta contra os houthis há sete anos.
Segundo a publicação, o conflito na Ucrânia aumentou as tensões, já que os produtores da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) do golfo resistiram aos pedidos para isolar a Rússia e bombear mais petróleo para controlar os preços.
"Tivemos nossos altos e baixos ao longo dos anos, e talvez este momento seja um dos baixos, principalmente porque o presidente dos Estados Unidos, em sua campanha eleitoral, disse que faria da Arábia Saudita um pária e, claro, ele veio para praticar o que pregou", disse o príncipe Turki.
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Há cerca de um mês, a coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen concordou com um cessar-fogo de dois meses com os houthis. O acordo foi anunciado pelo enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para a região, Hans Grundberg.
Embora "em paz", os houthis criticaram, no último dia 15, uma nova força-tarefa liderada pelos EUA que promete patrulhar o mar Vermelho após uma série de ataques do grupo a uma hidrovia essencial para o comércio global.
A nova força-tarefa conta com um número de dois a oito navios, que vão patrulhar a região em busca de contrabandistas de carvão, drogas, armas e pessoas, de acordo com o vice-almirante Brad Cooper, que supervisiona a Marinha dos EUA no Oriente Médio.

O conflito no Iêmen

A guerra começou em março de 2015, quando o então presidente iemenita Abd Rabbuh Mansur Hadi fugiu para Riad depois de ser expulso do país pelo movimento houthi.
Os grupos xiitas zaidis vêm do empobrecido norte do país, e suas objeções às reformas neoliberais de Hadi, incluindo a redução dos subsídios aos combustíveis e um esquema de federalização, tornaram-se pontos de encontro para um movimento de massa dos pobres do Iêmen.
A coalizão — Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Sudão e Estados Unidos, além de várias outras nações — liderada pela Arábia Saudita acabou lançando uma campanha militar para devolver Hadi ao poder. No entanto, em 2022, todos, exceto Riad e Abu Dhabi, saíram da guerra.
A ONU classificou o conflito de a pior crise humanitária do mundo. Segundo estimativas da organização, cerca de 400 mil iemenitas foram mortos pela guerra.
Nos últimos anos, os houthis expandiram constantemente seu controle para fora da capital Sanaa, limitando o governo de Hadi a uma faixa de terra em Áden e uma parte cada vez menor das províncias de Marib e Shabwa, no norte do país.
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